Abertas as inscrições para o Enem

In Educação

Com cortes no orçamento da Educação, alunos que irão utilizar o Sisu podem ser prejudicados

Djuliane Rodrigues

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 começaram na manhã de segunda-feira (6) e irão até 18 de maio. O candidato que solicitar a isenção de taxa também deverá fazer o cadastro no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que agora conta com uma nova interface. É mais interativo, e traz, entre as novidades, um chat com orientações diretas sobre todo o processo de inscrição. O candidato só poderá alterar o idioma da prova de língua estrangeira – Espanhol ou Inglês – durante o período de inscrições. Além disso, pela primeira vez, vestibulandos surdos, deficientes auditivos e surdocegos poderão indicar no sistema o uso do aparelho auditivo ou de implante coclear.

Os documentos necessários para a inscrição são RG e CPF. Também será preciso informar e-mail e um número de celular válido para que o Inep envie comunicados como local de prova, que costuma ser divulgado no mês de outubro. A taxa para os que não conseguiram isenção é R$ 85 e deverá ser paga entre os dias 6 e 23 de maio em agências bancárias, casas lotéricas ou correios. A prova será aplicada em dois domingos: 3 e 10 de novembro. No primeiro dia serão aplicadas as provas de: Linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; e redação. No segundo domingo, os tópicos serão Ciências da natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias.

Os preparativos para o Exame já começaram. William Duarte, estudante do Ensino Médio no Colégio Álvaro Adolfo da Silveira, de Santarém (PA), possui uma rotina semanal para conseguir vaga no curso de Engenharia Civil. “Todo sábado à noite eu estudo matérias do primeiro e segundo anos porque têm fórmulas bem importantes de física. Eu reviso mais Física, Química, Matemática, Português e Literatura. Também faço ‘pomodoro’: uma técnica de estudar 25 minutos e pausar por cinco”, conta.

Se engana quem pensa que a preocupação com o Enem é apenas dos estudantes. Professores também estão atentos. “Buscamos treinar trenar os alunos nas habilidades e competências que o Enem tem exigido há vários anos. Além disso, continua sendo importante trabalhar aspectos psicológicos e físicos – afinal, a prova é longa –, ritmo de resolução, e, mais do que nunca, seguir no desenvolvimento da capacidade de interpretação, cruzamentos de informações e argumentação”, explica Thiago Santos, professor de Filosofia do Instituto Adventista de Ensino de Santa Catarina, em Araquari.

Os candidatos que fizerem o Enem poderão usar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como processo seletivo. Mas, após o corte de verbas de universidades públicas em cerca de 30%, o Sisu poderá sofrer mudanças. Santos pondera que “a mudança no governo e as sucessivas trocas de ministros da educação fazem com que seja um tanto quanto difícil prever como será a edição [do Enem] deste ano. Além disso, o recém anunciado corte de verbas em universidades federais acaba lançando certo desânimo em alguns alunos”. Moacir Carvalho leciona Matemática na Escola Estadual de Ensino Médio Governador Eurico Valle (EEEMGEV), em Rurópolis (PA), e concorda com Thiago. Para ele, o Sisu 2019 “é uma incógnita que ainda não sabemos como ficará, devido a vários problemas que poderão afetar o próprio Enem. Há a possibilidade de isso ser uma difícil tarefa para os alunos que dependem do Sisu para ingressar num ensino superior”.

A decisão do corte de verbas nas universidades federais tomada pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, atingiu a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). Só na UnB foram quase R$ 40 milhões. A medida foi estabelecida pelo fraco rendimento acadêmico das três universidades e por supostas “balbúrdias”. Porém, na quarta-feira (1), o MEC recuou da decisão após repercussão negativa. Agora, o congelamento de verbas está estendido para todas as universidades federais do Brasil. Estudantes de rede pública temem as novas mudanças. “É preocupante, pois, para nós, estudantes que querem ingressar na faculdade, fica mais complicado. Se o Ministério da Educação quer ampliar a democratização do acesso às vagas públicas através do Enem, deveria investir mais e não cortar”, frisa Gisele Moraes, estudante da EEEMGEV.

Em evento na Festa Nacional da Cavalaria, em Tramandaí (RS), o vice-presidente Hamilton Mourão esclareceu que a decisão não é um corte, e sim um contingenciamento – política econômica de intervenção governamental que estabelece limites à produção. Por isso, se a reforma da previdência for aprovada ou se a economia der sinais de retomada, o parecer poderá ser suspenso.

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