Brasil tem cerca de 14 milhões de analfabetos

Em todo o mundo, mais de 973 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever

Sara Rabite

De acordo com a pesquisa divulgada neste ano pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), há cerca de 14 milhões de analfabetos no Brasil. Em todo o mundo, mais de 973 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever. O dia 8 de setembro, por exemplo, é oficialmente o Dia Internacional da Alfabetização, e tem como objetivo eliminar o analfabetismo em todo mundo. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco) em 1967.

Para a professora e socióloga Rosângela Campos, o processo de alfabetização é um processo contínuo que se dá através da relação da criança com o mundo que a rodeia a partir dos cinco ou seis anos de idade. Há vários métodos de ensino para a alfabetização, mas, de acordo com Rosângela, o melhor é aquele que o professor domina. “Eu não me fixo em um só método de ensino, mesclo o silábico com o construtivismo e com o fônico, pois cada um tem coisas boas que podemos aproveitar para desenvolver a aprendizagem do aluno”, afirma.

No Brasil, a taxa de analfabetismo vem caindo, mas lentamente. Métodos especiais estão sendo criados para crianças que possuem dificuldades no aprendizado e também estudos direcionados para população que não teve oportunidade de se alfabetizar mais cedo. O Educação para Jovens e Adultos (EJA), por exemplo, é um programa do governo que oferece ensino fundamental e médio para pessoas que não possuem idade escolar e oportunidades. A dona de casa Maria Madalena Paxeco, de 69 anos, não teve oportunidade de estudar quando nova porque era um período totalmente machista. Maria conta que era muito ruim, pois ela sempre teve o desejo de aprender a ler e escrever. “Minha avó falava para o meu pai não me colocar na escola, porque iria escrever bilhetinhos para os rapazes”, exemplifica.

Independentemente da idade, aprender algo novo sempre é um desafio. No caso das crianças, a professora explica que a primeira coisa a se fazer é o diálogo com os parentes. “O contato com a família é fundamental para conhecer a realidade do aluno e juntos buscar formas de estimular e acompanhar o processo de aprendizagem da criança”, defende. Já para Maria, a maior dificuldade é acostumar de novo com as rotinas de estudo depois de tantos anos parada. Ela aponta que interpretação de texto também é um grande desafio, mas incentiva as outras pessoas. “Hoje eu tenho 69 anos e sou muito animada para ir à escola. A pessoa que não teve oportunidade deve começar, porque nunca é tarde”, incentiva.

*Foto: https://goo.gl/VhvEj7

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