Brasileiros se adaptam ao novo normal em ambientes de trabalho

O ambiente de trabalho mudou para 12 milhões de brasileiros e as opiniões sobre a situação são adversas

Monise Almeida

A transição do ambiente de trabalho físico para o virtual, antes pouco pensada em alguns setores, se tornou a alternativa ao trabalho presencial, utilizada nesse momento de pandemia da Covid-19. 

Com as restrições de circulação e aglomeração de pessoas, impostas para tentar conter o avanço do coronavírus, muitos setores de trabalho foram afetados. Restaurantes, lojas, escolas e empresas tiveram que se reinventar. Logo, a saída para resolver a situação foi se inserir no mundo digital. Solução já adotada por 12 milhões de brasileiros, conforme a Sociedade Brasileira de Teletrabalho.

Trabalhar virtualmente é um desafio para algumas pessoas. Matheus Araújo atua na administração do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Hortolândia. Ele admitiu que nesse ano não esperava entrar em confinamento mais uma vez e conta como está sendo enfrentar esse momento. “Não imaginava passar por isso de novo. Confinado percebo que o cansaço se torna bem maior, pois eu acabo trabalhando mais tempo do que o normal por estar sempre no “ambiente de trabalho”, sem contar o desgaste emocional que é inevitável’’, conta o professor.

Especialistas afirmam que para não adquirir um Burnout, termo utilizado ao se referir a um distúrbio psíquico que se dá por excesso de trabalho, ao passar por essa transição, é necessário a organização e um devido controle de suas atividades. “É preciso ter uma boa gestão de tempo e compromisso na entrega dos resultados. O trabalhador deve respeitar os seus horários de descanso e lazer’’, aconselha a advogada Eliana Castello Branco, especialista em direito coletivo do trabalho em entrevista para o jornal Diário do Poder.

Em contrapartida, outros têm enxergado vantagens no home office. Um levantamento do Instituto de Pesquisa (Ipsos), mostrou que trabalhar em casa é a opção ideal para ao menos 49% dos brasileiros. Passar mais tempo com a família, economizar no transporte, evitar trânsito, desfrutar do conforto do lar, entre outras vantagens, foram citadas pelos entrevistados na pesquisa.

“O bom é que estamos mais protegidos do vírus dentro de casa e ainda economizamos em tudo. A alimentação e combustível, principalmente com a alta dos preços agora. Acho que a melhor vantagem é o conforto de trabalhar em casa, dá até para arrumar um tempinho e fazer uma renda extra na internet’’, comenta Giovana Almeida, secretária executiva de um escritório de advocacia. Ela também acredita em uma mudança definitiva e imagina um futuro 100% virtual.

O comércio digital já vinha em uma crescente antes da pandemia começar. Em 2016, o IBGE apresentou uma pesquisa onde o varejo físico teve queda de 6,2% no volume de vendas, enquanto o virtual cresceu 7,4%. Contudo, em 2018, foi constatado a presença de 3,8 milhões de brasileiros trabalhando desde casa. Esse número triplicou até hoje. 

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