Com o sarampo, todo cuidado é pouco

Adalie Pritchard

Até 2017, o Brasil tinha erradicado o sarampo. No entanto, perdeu o título devido a casos que começaram a aparecer na Região Norte do país. A doença se movimentou, e, nesse ano, São Paulo tem sofrido com uma epidemia. Pais com filhos pequenos se veem obrigados a vaciná-los, já que crianças menores de um ano são as mais vulneráveis à doença. 

O Secretário de Saúde do município de Engenheiro Coelho, Ricardo Soares, explica que o sarampo é uma doença viral. Ela é transmitida por gotículas no ar, portanto, de contágio respiratório, e não por contato com a pele da pessoa contaminada.  Soares aconselha ter a caderneta de vacinação em dia, evitar locais com aglomerações ou em estado de alerta, lavar as mãos sempre, ter cuidados com a imunidade e alimentação, e buscar informações nos postos de vacinação. “Vacinar não é só pensar em si, é pensar na imunização como um todo”, reitera Soares.

Kathie Huffman é uma enfermeira aposentada de saúde pública dos Estados Unidos. Ela fazia rotações pediátricas no Hospital Militar Fitzsimons, localizado no estado do Colorado, onde crianças de todo o mundo chegavam para ser atendidas. Ela lembra que esses diagnósticos não eram vistos no estado. Por isso, entrou várias vezes em contato com casos de enfermidades graves ou raras, incluindo o sarampo. “Uma bela menina de cinco anos chegou da Alemanha com altas temperaturas corporais causadas por sarampo, que resultaram em dano cerebral permanente. Me fez acreditar na importância da vacinação”, relata.

A enfermeira reforça que, antes da criação e disponibilização da vacina contra o sarampo, hospitalizações pela doença, encefalite (inflamação do cérebro) e mortes eram comuns. Kathie conta que prestou assistência a algumas crianças cujos pais recusaram a vacina como modo de prevenção. Para ela, “pais que escolhem não vacinar seus filhos colocam em risco outras pessoas quando acontece uma epidemia”. 

James Ticona, de 22 anos, contraiu sarampo aos seis anos de idade. O jovem teve manchas vermelhas que cresceram pouco a pouco no corpo, até ficarem inchadas. Após esse momento, começaram a coçar, mas, quando tocadas, doíam. Ele lembra que isso pode afetar diferentes partes do corpo, sendo que algumas pessoas tem até a língua e o trato digestivo acometidos. Já Verônica Righi, mãe de dois filhos pequenos, Renato (seis anos) e Felipe (cinco meses), vacinou toda a família contra a doença, e cuida da saúde dos meninos com visitas frequentes ao pediatra. Ela acredita na importância de uma boa alimentação e da imunização via vacina contra o sarampo.

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