Reportagem em TV aberta afirma que anime pode estimular comportamentos violentos em crianças

Especialistas dizem que crianças que consomem conteúdos violentos podem sofrer consequências ao longo da vida.

Sara Helane

Conteúdos que envolvem violência e são consumidos por crianças podem gerar consequências negativas na mentalidade delas. Esse debate ficou ainda mais em evidência após uma reportagem da rede Record sobre o consumo do conteúdo do anime “Death Note”. Após a exibição da matéria, muitos internautas rechaçaram a emissora pela forma como a mesma trouxe a questão, já que enfatizou a violência contida no anime. Por outro lado, especialistas apontam que o consumo de conteúdos violentos por crianças e jovens pode trazer consequências psíquicas e sociais ao longo de toda a vida.

O anime Death Note é um dos mais famosos no mundo, ele conta a história de um jovem que encontra um caderno capaz de matar qualquer pessoa que tenha seu nome escrito nele. A estudante Marina diz que o anime é bem interessante e que não vê problema no conteúdo do anime. “Não acho que o anime seja perigoso, é uma história inteligente e intrigante envolvendo assuntos bem polêmicos.” Ela declara.

Marina diz ainda que a história é interessante e trata a justiça em diferentes visões, mas provavelmente uma criança não iria conseguir entender a história. “as crianças podem não entender o assunto abordado, porém não vejo problema em um adolescente ou adulto assistir.” Diz. 

A Psicóloga clínica, Cacilda Soares da Costa atende crianças com distúrbios de sono e pesadelos, ela diz: “Imagens de violências observadas e vivenciadas em tenra idade, podem causar medo e trazer consequências futuras.” Ela enfatiza também que, crianças que já têm uma história de vida difícil, com violência em casa, se utilizam e se fixam também dos meios de comunicação para justificar sua própria história. 

Cacilda diz ainda que as crianças que consomem esses conteúdos violentos podem ter seu psicológico afetado e muitos podem se perder por não achar soluções para seus problemas e acabar buscando soluções naquilo que estão assistindo, “Essa ação pode ir ao extremo, e em alguns casos pode gerar uma ideação suicida, já que o que olhamos afeta o que sentimos.” Ela enfatiza.

Orientação dos pais

Larissa é enfermeira e mães de três filhos com idades de 13, 7 e 1 ano e 9 meses, ela conta que em sua casa há muito diálogo com relação ao tipo de conteúdo que seus filhos assistem, ela diz: “Aqui conversamos muito sobre o conteúdo que eles consomem, não é permitido celular durante a semana, televisão sobre supervisão”. Larissa ainda conta que há sempre diálogos sobre os valores que eles prezam em sua casa e que deixa bem claro que esses valores devem ser respeitados.

Cacilda enfatiza que é dever dos pais a orientação aos filhos sobre os conteúdos que eles consomem, “eu oriento aos pais a estarem atentos aos conteúdos que seus filhos assistem, mesmo aqueles aos quais tem vida emocional mais saudável. as imagens negativas gravadas no cérebro podem trazer sequelas ao longo da vida.” Ela conta.

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