Crise econômica afetas usuários de planos de saúde

Mais de 160 mil pessoas cancelaram seguro de saúde no último ano, o desemprego é um dos fatores responsáveis

Victória Coelho

O ditado popular “É melhor prevenir do que remediar”, é seguido à risca por uma parcela significativa da população brasileira. A busca pela conservação da saúde se dá de diversas formas: boa alimentação, prática de atividade física. Entretanto, ninguém está livre das enfermidades e quando a doença chega, recorrer aos profissionais de saúde é uma opção inteligente.

Usar o Sistema Único de Saúde (SUS) na maioria das situações pode ser associado a filas gigantescas, tempo longo de espera, entre outros incômodos, para solucionar tais desconfortos existe a rede privada de saúde que apresenta vantagens aos pacientes. Nesse contexto, fala-se em seguro de saúde ou plano de saúde, que assegura o cliente contra o risco de precisar incorrer em despesas médicas.

Ter um plano de saúde é sinônimo de conforto e estabilidade para a maioria das famílias brasileiras. Segundo pesquisa feita pelo Ibope a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), 74% dos brasileiros que não possuem plano de saúde gostariam de ter. O casal Diná e Dario fizeram parte dos usuários de plano de saúde por mais de 20 anos, mas essa realidade deixou de fazer parte da vida deles há algum tempo. A aposentada, Diná Ribeiro destaca os benefícios do plano que usou durante muito tempo. “O plano era ótimo e o preço era tranquilo, cabia no nosso orçamento”, porém, ambos se aposentaram e algo comum na vida de muitos brasileiros aconteceu: “ o salário diminuiu e o plano de saúde aumentou”, relembra Diná. Dessa forma, a família precisou cancelar o plano.

Nos últimos anos, a história do casal de aposentados, se repetiu na vida de muitos brasileiros que possuíam plano de saúde. De acordo com a Conforme a Agência de Saúde Suplementar (ANS), quase meio milhão de brasileiros cancelaram seus convênios em 2015 e, em 2016, mais de 160 mil pessoas já os suspenderam. Infelizmente, o esposo da Diná, Dario Ribeiro precisou de auxílio médico e mesmo sem condições a família voltou a pagar o plano, dessa vez, somente para Ribeiro, a esposa continua sem o plano.

Como nem todos conseguem apertar no orçamento e voltar a pagar o plano, o cenário indica que que mais pacientes vão buscar auxilio no SUS. Esse contexto se dá por muitas causas, o economista Lauro chaves Neto reflete que a crise econômica é educativa e disciplinadora, e o país vive um dos piores ciclos recessivos de sua história, e conclui que, “a soma da crise econômica com a insatisfação com a qualidade dos serviços foram os principais motivos da crescente onda de cancelamentos dos Planos de Saúde.

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem mais de 12 milhões de desempregados no país. Para o economista, o aumento do desemprego é um dos fatores que mais impacta nessa tendência. Contudo, como diz o ditado, depois da tempestade, vem a bonança. No caso do Brasil, essa ainda é uma afirmação nem tão distante de se confirmar. Neto anima em dizer que, “ a economia brasileira continua em crise, embora seja possível ver sinais de melhora para o final de 2017 e início de 2018, o que tende a reduzir o nível de cancelamentos e talvez até recuperar uma parte dos antigos clientes”, mas ressalta que é fundamental que haja uma melhoria na qualidade do atendimento.

*Foto: https://goo.gl/KaEJ6Z

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