Erupção do vulcão Cumbre Vieja prejudica população local

Moradores deixam casas para fugir da lava e o meio ambiente é degradado.

Paula Orling

O vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção no dia 19 de setembro, trazendo diversos prejuízos para a região das Ilhas Canárias, na Espanha. Após as primeiras explosões, milhares de pessoas deixaram suas residências em busca de refúgio nas adjacências do local. Os órgãos de saúde ambiental do governo espanhol declaram que a fauna e a flora locais sofrem perdas irrecuperáveis e que o arquipélago pode ser  atingido por um tsunami.

O governo da Espanha declarou na terça-feira (28 de setembro) que a ilha de La Palma se caracteriza como “zona de catástrofe”. De acordo com a Defesa Civil, mais de 6.000 pessoas deixaram suas residências, obedecendo o alerta de segurança emitido pelos órgãos públicos de proteção ambiental. Assim, o governo afirmou que destinará 10,5 milhões de euros para o auxílio emergencial aos desabrigados.

Além dos estragos, a lava do vulcão atingiu o oceano no décimo dia de erupção e o resfriamento rápido da lava pode liberar gases tóxicos na água e na atmosfera. Durante o desastre, o geólogo marinho do Instituto Espanhol de Oceanografia, Vázquez, participa de um grupo de pesquisa na região. Em entrevista ao El País, o pesquisador afirma que o derrubamento de rochas magmáticas também prejudica a vida marinha e que “é provável que estejam ocorrendo desprendimentos submarinos, queremos ver”, explica.

Antecedentes

O vulcão entrou em erupção quando placas tectônicas da região se movimentaram e causaram tremores de terra. Diante disso, houve a preocupação quanto à possibilidade destes tremores serem sentidos no Brasil. Essa possibilidade, contudo, foi desmentida por um professor da Universidade Federal do Ceará  (UFC) e doutor em oceanografia pela University of New South Walles, na Austrália.

Pouco antes do início da erupção, a região espanhola sofreu terremotos de magnitude 3,8 na escala Richter, de acordo com o Instituto Geográfico Nacional Espanhol (ING). O geógrafo José Antônio Aguiar explica como funciona a movimentação das placas tectônicas. “A crosta da Terra é toda quebrada e movimentos tectônicos; camada de terra é composta de rachaduras e também de vulcões. Toda a pressão da Terra força a crosta a se movimentar e esses movimentos mostram a plasticidade da superfície terrestre, onde se localizam os vulcões, que são como ‘válvulas de escape’ para a liberação da pressão interna”, contextualiza.

Primeiras medidas

Após as primeiras explosões, os moradores  locais foram orientados a se manterem trancados em suas residências, para evitar a contaminação de chuvas de cinza. A recomendação foi compartilhada em entrevista coletiva pelo IGN, mas logo foi contestada, já que os riscos são preocupantes, como quedas de material piroclástico (gás quente e matéria vulcânica) e risco de exposição a um fluxo de lava.

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