Exercícios físicos combinados a remédios comuns auxiliam no tratamento de hipertensão

De acordo com o estudo, publicado na revista Clinical and Experimental Hypertension, a losartana é capaz de reduzir a pressão arterial, mas sem o exercício físico o controle autonômico cardíaco continua debilitado.

Fernanda Reis

O remédio losartana, de uso comum entre hipertensos, quando combinado com a prática de exercícios físicos aeróbicos aumenta os benefícios para o coração em homens, de acordo com estudo realizado pela Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto.

Com cerca de 30% dos adultos hipertensos no Brasil, pesquisadores analisaram um grupo de 32 homens entre 40 e 60 anos. Metade dos pacientes estava com a pressão arterial “normal”, e a outra com hipertensão e em uso do losartana.

Assim, verificou-se que, para a melhor adaptação do sistema cardiovascular, 45 minutos de caminhada, três dias por semana, garantiram eficácia no tratamento dos hipertensos no segundo grupo.

Por que isso acontece?

De acordo com os cientistas, o efeito potencializador ocorre porque o uso do medicamento associado à prática dos exercícios pode melhorar a frequência cardíaca, que consequentemente regula a pressão arterial e a frequência respiratória. 

No entanto, apesar das conclusões, os pesquisadores destacam que o uso isolado do medicamento cumpre suas funções de controlar a hipertensão, e que a atividade combinada intensifica os benefícios.

Benefícios esses que têm sentido Laura Maria, de 55 anos, que já incluiu o exercício na sua rotina há três anos quando foi diagnosticada com hipertensão, e afirma que a prática tem colaborado no tratamento. 

“Todo fim de tarde minha caminhada não pode faltar, já é hábito. Tomo o medicamento, mas me sinto melhor depois do exercício, sei que faz bem para o meu corpo”, relata.

O que dizem os especialistas

Para o professor de Educação Física, Lucas Schirner, a caminhada, como feita por Laura Maria, é um bom começo para o iniciante, pois se encaixa no treino por conta da durabilidade não da intensidade, sendo ritmada, pois atinge outros picos de zona dentro da variável da intensidade. No entanto, reitera que “aos hipertensos o treino exige cuidados, deve atuar entre leve, moderado e intenso, depende da capacidade física da pessoa. O sedentário tem que ir aos poucos, com tempo mínimo de 2 minutos, 3 minutos, sempre respeitando os limites corporais, seja caminhada, musculação ou cardiorrespiratórios”.

A fisioterapeuta Ana Karolina Barros de Jesus, em entrevista à sociedade brasileira de hipertensão, afirma que “a prática é uma das medidas medicamentosas mais recomendadas no tratamento, mas sem o descarte do medicamento, se necessário procure a equipe de saúde para um acompanhamento, e via de regra tente aferir a pressão antes do exercício, por segurança”. 

Como saber meu limite?

Ao serem notados sintomas como náusea, ânsia, queda de pressão, tontura ao aumentar a intensidade, a atenção deve ser redobrada, afirma Schirner. Pois a pressão aumenta à medida da realização do exercício, sendo necessário condicionamento e acompanhar o efeito do medicamento.

A hipertensão aumenta o risco de doenças cardíacas, cerebrais e renais. É uma das principais causas de morte e doenças em todo o mundo, podendo ser facilmente detectada por meio da aferição da pressão arterial. 

 

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