Mulheres optam por engravidar após os quarenta anos

O desenvolvimento da atuação feminina na sociedade justifica essa tendência

Emanuely Miranda

O Ministério da Saúde revela que o número de mulheres que se tornaram mães após os quarenta anos de idade cresceu 49,5% nos últimos vinte anos.  Em 1995, havia 51603 gestantes nessa faixa, mas em 2015 esse número saltou para 77138.

Essa fase, no entanto, traz peculiaridades para uma gestação. A ginecologista Denise Coimbra alerta para o fato de que as doenças aparecem com o tempo e, portanto, uma mulher mais velha se encontra mais suscetível às patologias. “Há risco de diabetes tipo dois, sobrepeso, hipertensão, entre outros”, elenca.

Para evitar esses problemas, é preciso fazer o devido acompanhamento médico. A ginecologista também ressalta a importância de uma alimentação equilibrada e da estabilidade clínica. Edilene Cruz, bióloga, ficou atenta a todos esses detalhes assim que descobriu a gravidez. Ela tinha 41 anos quando sua filha nasceu. “Por causa dos meus cuidados, tudo ocorreu de forma tranquila”, revela. A bióloga trabalhou até pouco tempo antes do parto e permaneceu ativa em todas atividades que fazia. Apesar disso, reconhecia a necessidade do repouso e se poupava para não acarretar danos a sua saúde ou para seu bebê.

A jornalista Adriana de Castro passou pela mesma experiência. Ela sempre teve o sonho de ser mãe, mas o tempo passou e esse objetivo ficou em segundo plano. Após conhecer seu marido, começou a fazer planos para aumentar a família. O primeiro filho chegou aos 43 de forma natural e, dois anos depois, veio o segundo. “Felizmente tive duas ótimas gestações, sem nenhuma intercorrência. Fiz o pré-natal e segui todas as recomendações médicas”, conta.

A ginecologista acrescenta que a prática de exercícios físicos também se mostra positiva para o andamento de uma gestação saudável. Adriana seguiu esse conselho. “Eu corria e fazia yoga. Diminui o ritmo dos treinos, mas não mudei nada de forma radical”, relata.

A gravidez tardia pode seguir como as demais desde que haja cuidados em virtude dos riscos que a circundam. Essa tem se tornado a opção de muitas brasileiras, conforme apontam as estatísticas. Os dados expõem um novo perfil de mulher. Há uma ampliação da participação feminina na sociedade. “Antigamente, elas serviam apenas para gerar filhos”, explica a professora de história Thaís Gonçalves. Ela cita o caso de Esparta, onde o útero era fábrica de guerreiros e todo o corpo se resumia a essa função.

O cenário começou a mudar a partir da Segunda Guerra Mundial. “Os homens foram para a guerra e as mulheres tiveram que assumir suas atividades”, afirma. Desde então, a mulher aprendeu que pode fazer algo além de reproduzir. De acordo com pesquisa do IBGE, a força de trabalho feminina cresceu 24% na última década. A ingressão da mulher no mercado de trabalho posterga ou rechaça a maternidade.

Link da imagem: https://goo.gl/ogVM7V

 

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