Número de acessos em lives de games crescem nesta pandemia

Celebridades como Neymar, Anderson Silva e Anitta entraram para o mundo dos games no período

Gabriel Henrique Teixeira 

Desde março de 2020 em todo planeta, começamos a viver em um mundo conturbado por uma crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. Com isso, as pessoas tendem a procurar novas maneiras de se entreter, principalmente dentro de casa. Logo, um fenômeno que cresce e continua em amplo crescimento, são as transmissões ao vivo de jogos online.

Uma das plataformas mais conhecidas que funciona nesse ramo é a Twitch e o Facebook Gaming. De acordo com dados do site Twitch Tracker, as lives brasileiras aumentaram 100% na média do número de visualizações. Para ser mais preciso, o número subiu pouco mais de 19 mil views em março de 2020, para mais de 42 mil em abril deste ano. 

Alguns streamers que realizavam transmissões antes da pandemia contam que o número de visualizações está crescendo durante esse período. É o caso do streamer Luan Martins “Manowdog”, que utiliza da plataforma Twitch para fazer lives de games como Free Fire e Call of Duty.

Martins trabalha com isso há mais de três anos como profissão e houve um aumento significativo de acessos após o início da pandemia. “Tive um aumento de 40% de pessoas novas e 80% de pessoas assistindo às transmissões simultaneamente”, comemora. Ele ainda afirma que não esperava esse aumento e pretende continuar com as lives depois da pandemia.

O interessante neste tipo de transmissão é a facilidade de interação entre o jogador e as pessoas que estão assistindo. Isso possibilita a participação dos espectadores durante a live, para tentar chamar a atenção do streamer, seja para tentar que o gamer perceba sua presença, com algo engraçado ou um simples comentário, por exemplo. 

Essa interação é muito importante para quem está realizando a live. Quem explica é o gamer Jonatha Fantinati “Zenghaa”, que transmite o jogo Counter-Strike: Global Offensive na Twitch. Fantinati destaca a importância dessa participação do público, com isso “mostramos que a pessoa que está ali não é apenas um número”, e completa “as pessoas procuram na maioria das vezes, se divertir, conversar, e passar conhecimento, o que possibilita muitas vezes uma conversa, e até amizades no meio”. 

Com o crescimento do número de usuários, a qualidade da livestream tende a ser ainda mais exigida. Gabriel Ventura Albino, do interior de São Paulo, trabalha com alguns streamers e cuida da parte de arte e identidade visual. Ventura admite que “antes trabalhava com isso somente aos finais de semana, porém agora nesses últimos meses, virou rotina“ e que “houve um aumento de mais ou menos de 70% de demanda no meu trabalho”, destaca 

Surpresa durante a live 

Em julho do ano passado, aconteceu algo em uma live de aquecer o coração. O streamer Leonardo Kuhn “Brlkgames”, começou a fazer lives para pagar o tratamento de seu irmão mais novo que tem esquizofrenia. Porém, o que ele não esperava é que durante uma live que fazia, Kuhn recebeu uma doação no valor de R $900.000,00 vindo diretamente da Europa. A doação veio de forma anônima, com a justificativa de que o gamer tinha ajudado-o a vencer a depressão. Leonardo não conteve a emoção e chorou logo após a confirmação da doação. 

 

Sair da versão mobile