O futuro é dos leitores

Lia Costa

Psicopedagoga, escritora e estudante universitário ressaltam a importância do hábito da leitura para uma sociedade mais madura e cidadãos mais pensantes

Leoni Cimardi conta que se tornou escritora por ter sido antes uma leitora. Hoje são oito títulos publicados para o público infantil a exemplo de “Silêncio” e “Romieta e Julieu”. Ela acredita que as crianças não são somente leitoras em formação, mas também cidadãos em formação. Para ela é uma responsabilidade ensinar o outro a saber lidar com as suas angustias, aflições e ansiedades através de histórias. “Entre uma capa e uma contracapa tem vidas inteiras, um passaporte para leva-la a qualquer lugar”, afirma.

Desde que o ano começou, Josué dos Reis já leu cerca de cinco livros. Um desses livros é Os Miseráveis de Victor Hugo, que tem mais de 700 páginas. “Onde hoje tem balas, chocolates e camisinhas antes tinham livros pequenos, contos de fadas”, lembra o jovem estudante de medicina. Ele conta que recebeu estímulo dos pais para inicia-lo na leitura. Todas as noites, sua mãe lia para ele antes de dormir.

Mesmo que não viaje, acaba por conhecer novas pessoas, lugares e histórias. O que significa sair da realidade de um jeito que não seja nocivo como o uso de drogas, segundo o universitário.  A psicopedagoga Paula Eller acredita que a leitura pode ser uma fuga da realidade ou a criação de uma nova. Muitos leitores assíduos são introvertidos. Para ela, isso seria uma consequência da leitura. “A grande massa só consegue conversar sobre novela e Big Brother e, portanto, os leitores acabam por não interagir com a maioria das pessoas”, diz.

O futuro médico acredita que conhecimento é poder e a leitura oferece oportunidade de conhecimento sobre qualquer área. “A leitura mostra que o mundo não é só a tua cidadezinha, e não só os teus problemas principalmente”, declara. Josué, com base em sua própria experiência, pensa que o hábito de ler aumenta a imaginação e a criatividade.

Paula também é professora e percebe as consequências disso na sala de aula. “Isso reflete a dificuldade na alfabetização, na leitura de mundo e na criatividade”, expõe. Segundo ela, a leitura transforma a mente e a vida com riqueza. “Sem contraindicações”, brinca.

Leoni não acredita que a tecnologia seja o motivo de crianças lerem menos, mas sim a falta de incentivo. Sendo assim, há uma redução de criatividade, imaginação, argumentação e vocabulário. Para Josué, o futuro da sociedade, considerando essas crianças, é “um argumento contra a evolução darwiniana”.

Algum dia ele pretende escrever ficção, quando se aposentar e estiver fazendo faculdades extras. “Algo na linha de crônicas de Nárnia”, revela. Albert Einstein uma vez disse: “se você quer que crianças sejam inteligentes, leia contos de fadas para elas”. A psicopedagoga concorda que a ficção estimule a inteligência e a criatividade. “A personificação de objetos e animais, a criação de um novo mundo, com novas regras de conduta trazem ao leitor novas oportunidades de interpretação e raciocínio”, afirma. Leoni conclui que não há limite para onde a leitura possa levar alguém.

 

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