Pesquisa revela desigualdade entre brancos e negros

Juliano Santos

Segundo dados divulgados pelo Ipea, a renda dos negros equivale a metade da dos brancos. A pesquisa ainda contemplou a desigualdade entre as mulheres e os moradores da zona rural

Segundo estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), pessoas negras possuem a metade da renda média de um branco no Brasil. A pesquisa foi realizada juntamente com a Fundação João Pinheiro (FJP) e com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. A pesquisa consolida o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e mais 170 dados socioeconômicos, por cor, sexo e situação de domicílio no país.

Os dados apresentam resultados melhores para a população branca, masculina e urbana. Segundo a pesquisa, foi observado em 2010 que no estado de Santa Catarina a maior diferença na renda média das mulheres era 34, 84% inferior a dos homens. Somente em 2010 o IDHM dos negros se aproximou com a da população branca, a maior redução de desigualdade entre esses dois grupos foi analisada no Espirito Santo e no Mato Grosso do Sul, com uma queda de 0,042 no índice.

Essas diferenças que ocorrem por meio dos gêneros, da etnia e situação domicilio, trazem grandes problemas econômicos para o país. “O Brasil hoje é um país com muito mais dinheiro do que a 30 anos atrás, porém nós temos uma educação ruim, uma situação de violência urbana pior e segurança pública mal arrumada. Somos um país rico, porém de população pobre”, afirma o historiador e professor de sociologia Davi Pereira. Para ele, as diferenças sociais são enfatizadas no momento de crise que o país vive, nesse momento podemos enxergar melhor as diferenças sociais em que estamos inseridos.

De acordo com o Relatório Global de Desenvolvimento Humano em 2016 do PNDU , o Brasil é considerado um dos países mais desiguais do mundo, ocupando a 10ª posição no ranking de um conjunto de 143 países. Gustavo Chaves já presenciou diversos atos de desigualdade social por causa de sua etnia: “Muita gente parece não perceber que está errada ao julgar alguém apenas pela cor da sua pele, ou pela sua sexualidade. Certa vez me confundiram com um assaltante só por causa da minha cor, ou por vestir certos estilos de roupas,” diz Chaves, indignado com a situação. Ainda de acordo com o relatório, um dos enfrentamentos reflexivos necessários para se pensar a realidade brasileira é a problematização do fenômeno de discriminação de grupos historicamente subalternizados como uma das faces das desigualdades, especialmente no papel da cor ou raça na reprodução de um sistema de exclusão social.

O objetivo da pesquisa é evidenciar por meio de dados estatísticos as desigualdades, e com isso auxiliar a elaboração de políticas públicas para assim promover a igualdade, tanto racial quanto de gênero, e também de melhores condições sociais para as populações urbanas e rurais.

Link da Imagem: https://goo.gl/JAZKHu

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