Procurando o caminho certo

Eric Motta

Artur Nogueira é uma das cidades que compreendem a região metropolitana de Campinas. Nela se encontrou um rapaz cheio de angústia e dor interior. Uma decisão quase fora tomada. Weidi Ferreira Costa desejou tirar a própria vida. Numa fração de segundos, a tentativa havia sido interrompida. Weidi sabia que precisava procurar ajuda.

O ano era 2017. Uma discussão nos veículos de comunicação começou a repercutir. A internet, como a principal desse meio, intensificou a divulgação da doença que levara 800 mil pessoas por ano a cometerem suícidio. A depressão.

Com isso Weidi passou a conhecer o assunto. Pesquisou no google os sintomas da enfermidade. O quadro de autodesvalorização, constante tristeza e pensamentos suicidas se encaixavam no seu estado. A única solução que os sites de saúde e as páginas do facebook lhe apontavam era o tratamento com profissionais da área da psicologia.

Nesse primeiro momento, os familiares e amigos eram incapazes de compreender sua situação. Por vezes, apenas achavam estranho o comportamento do garoto. Independente disso, Weidi decidiu procurar ajuda mesmo que sozinho. Tendo o direito de consulta psicológica gratuita pelo SUS, tentou agendar sessões de terapia. Contudo, havia disponibilidade de atendimento grupal, apenas. Isso o deixava desconfortável para iniciar um tratamento

Determinado a buscar tratamento profissional, juntou dinheiro e pagou atendimento particular. Assim se seguiram oito meses de acompanhamento. Nesse período, as visitas ao consultório da psicóloga ocorriam uma vez por semana. Porém, a terapia não bastava. O estágio de sua depressão exigia o uso de medicamentos. Então, o tempo de recuperação se estendeu com as idas ao psiquiatra. Isso uma vez a cada dois meses.

Ao desenrolar do processo, Weidi se sentia mais confiante. Os trabalhos dos especialista de saúde estavam surtindo efeito. Entre as conversas com a psicóloga, uma das mais marcantes fora quando percebeu a importância do valor próprio e de fixar objetivos para se ambicionar. Se aproximando do final do tratamento, decidiu sair da casa dos pais em Artur Nogueira para morar em Campinas. Na nova cidade, montou uma microempresa que vende pudins. O negócio andou tão bem como a sua recuperação. Pouco tempo depois, já estava desmandando dos medicamentos e há três meses recebeu alta do tratamento.

A mensagem principal de Weidi para aqueles que estão passando pelos mesmos momentos de angústia em que enfrentou é: procure ajuda profissional. É possível sair dessa.

 

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