Rússia invade a Ucrânia e dá início ao conflito bélico

Da Redação

O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma operação militar especial na Ucrânia. As tensões no leste europeu que começaram em meados de janeiro convergiram em um conflito bélico na cidade ucraniana de Donbass, às 23:57 desta quarta-feira (23). Bases militares nas regiões sul, leste e norte do país já foram bombardeadas pela Rússia.

Os sons da guerra já são ouvidos em alguns dos maiores centros populacionais ucranianos, inclusive na capital, Kiev. Putin declarou que um enfrentamento armado era inevitável frente ao que chamou de “ameaças oferecidas pela Ucrânia”. De acordo com as agências de notícias governamentais TASS e RIA-Novosti, o Kremlin ainda solicita a retirada das tropas ucranianas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Olexandrovytch Zelensky, solicita que cidadãos doem bolsas de sangue para os combatentes e convoca civis para a luta armada. Zelensky ainda confirma a disponibilidade de armas de fogo para todos os habitantes da Ucrânia.

Posicionamento da comunidade internacional

O presidente americano Joe Biden anunciou que os EUA e seus aliados atuarão de forma unida e decisiva. Ele declarou que o mundo responsabilizará a Rússia pela guerra. O secretário-geral da ONU, António Guterres, requisitou que Putin retirasse suas tropas, “pois esta guerra não tem sentido, causará um nível extremo de sofrimento e alertou para as consequências”. Já o Ministério das Relações Exteriores da China, declarou que a Rússia é um país independente e, por isso, pode tomar decisões de acordo com seus interesses.

Posicionamento do Governo Brasileiro

O Governo Brasileiro se pronunciou, em nota, a respeito do conflito, em prol de resoluções diplomáticas. Confira a nota:

O Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.

O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.

Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias”.

Habitantes tentam fugir de Kiev

Na capital, ucranianos fazem fila em supermercados, postos de gasolina e em caixas eletrônicos. Com o objetivo de deixar o país ou, pelo menos, os polos populacionais do território, os civis se apinham em estradas e estações de trem e metrô. O principal destino dos habitantes em fuga é a direção oeste, rumo à fronteira polonesa e romena.

O posicionamento de outra parte dos ucranianos é buscar abrigo em estações ferroviárias subterrâneas e em abrigos antiaéreos. O ataque é o primeiro no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. De acordo com o UOL Notícias, a Polônia, a Romênia e a Hungria já se pronunciaram a respeito de receber os refugiados ucranianos.

O Serviço de Guarda de Fronteiras da Ucrânia informou que o fluxo de carros na região fronteiriça ainda é “estável”, às 12 horas no horário local. Contudo, mais de 350 veículos permanecem no tráfego congestionado.

Tensão para jogadores brasileiros que vivem na Ucrânia

Jogadores  do Clube Zorya localizado em Luhansk, vivem angústias pelo cenário de guerra em que se encontram os cidadãos ucranianos. O jogador brasileiro Guilherme Smith, em entrevista ao GE, falou sobre como é difícil viver e treinar em meio a todos os conflitos. “Na cidade direto passa carro-forte, exército na rua. Isso traz um pouco de medo para nós, que somos de fora”. Guilherme não é o único brasileiro que vive no país, que atualmente conta com cerca de 500 brasileiros. 

O meia Cristian, companheiro de Guilherme no Zorya, relata que “parece um dia cinzento. Você sai na rua e vê que o povo está estranho. Fica um clima tenso na cidade. Como estamos longe da divisa, acho que é mais difícil ter um conflito. Mas o exército fica passando de um lado para o outro, e a gente fica com medo”. A preocupação no momento é sair do país. “Eu, no caso, sairia daqui. Mas o problema é que precisamos cumprir o contrato. Não podemos largar”, afirma. 

Repercussão econômica

Após a invasão russa à Ucrânia a Bolsa de Moscou anunciou esta manhã a suspensão das negociações em todos seus mercados até novo aviso. Assim mesmo, em resposta à decisão da Rússia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que suspenderam a certificação do gasoduto Nord Stream 2, do qual a Rússia é o principal fornecedor, portanto a suspensão da certificação terá um impacto nos preços.

Em decorrência da queda da Bolsa de Valores, os preços do petróleo do tipo Brent dispararam nesta quinta-feira (24), subindo acima de US $105 por barril. O analista do Commerzbank, Carsten Fritsch, explica sobre as possíveis repercussões econômicas. “Se as sanções afetam transações de pagamento, os bancos russos e possivelmente também o seguro que cobre as entregas russas de petróleo e gás, interrupções no fornecimento não podem ser descartadas”, afirmou.

 

 

Sair da versão mobile