Setor cinematográfico entra em crise mediante pandemia de Covid-19, mesmo assim lançamentos são confirmados para 2021

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Afetado pela crise sanitária, o setor cinematográfico busca se renovar no mercado através das plataformas de streaming

Melissa Maciel

Lançamentos aguardados pelo público, como “Viúva Negra”, “O Batman”, “Godzilla vs. Kong”, “Homem Aranha 3” e outros, foram confirmados pelas produtoras para o decorrer de 2021. As grandes companhias de cinema disponibilizarão as produções em suas respectivas plataformas de streaming, no entanto produtoras de menor destaque ainda contam com a possível reabertura parcial das salas de projeção.  

A pandemia do novo coronavírus abalou estruturalmente o mercado cinematográfico, uma vez que gerou prejuízos econômicos no que tange à paralisação das salas exibidoras, à pausa das produções e à dispensa de incontáveis profissionais da área. 

Ao ser questionado sobre a situação, o diretor Matheus Siqueira, mestre em Cinema pela Universitat Pompeu Fabra de Barcelona, Espanha e com PhD em Teoria do Cinema pela mesma instituição, explica: “Isso acaba impactando toda a indústria, aqueles que estavam planejando gravar ou que estavam capturando dinheiro para fazer um filme baseados em uma estratégia de projeção na sala, ficaram parados sem esse dinheiro.” 

Além disso, com a vigência das políticas de distanciamento social, o público apreciador da arte cinematográfica passou a buscar por serviços gratuitos de exibição na internet, mas acima de tudo observou-se um extenso investimento em assinaturas de plataformas de streaming.

Com relação a tal modalidade de entretenimento cultural, Dagmar Ornelas, estudante de audiovisual na faculdade Feevale, do RS, ressalta: “como no Brasil o preço da entrada de cinema acaba não sendo acessível pra todos,  fica mais em conta pagar uma mensalidade de 30 reais num plano de uma plataforma de streaming que oferece milhões de filmes a qualquer hora, do que gastar quase isso pra assistir somente um filme”, esclarece Dagmar.

Tal opção, no entanto, desfavorece o mercado brasileiro, uma vez que a principal fonte de retorno para as produções nacionais advém das salas de projeção e acordos de streaming não são tão comuns. 

“Nos EUA e no resto do mundo isso foi sentido um pouco menos porque o pessoal tem vários outros canais de distribuição, o que era da Warner acabou indo para o HBO Max, todas as coisas da Disney acabam indo para a Disney Plus”, afirma Siqueira. “No Brasil, onde você não tem tantos serviços grandes de streaming isso acabou afetando muito mais forte”, ressalta. 

Os impactos causados pela crise, portanto, perdurarão para além do período de distanciamento social, pois de acordo com Matheus, será preciso anos para que a indústria do cinema, ou a indústria cultural no Brasil como um todo, se recupere do impacto econômico enfrentado. 

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