Todos têm lugar e direito no mercado de trabalho

Kawanna Cordeiro

Lei 8.213/91 obriga empresas com mais de 100 funcionários a destinarem até cinco por cento dos seus cargos para pessoas com deficiência

O Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT) de Campinas (SP) divulgou 31 oportunidades de emprego nesta segunda-feira (7). Sendo que 22 delas são destinadas exclusivamente a pessoas com deficiência (PCD). Os salários vão de R$ 937 para o cargo de vendedor de consórcios até R$ 3,4 mil para analista administrativo. As vagas contemplam os níveis fundamental, médio e superior. Elas podem ser preenchidas por candidatos das cidades de Campinas, Sumaré (SP), Hortolândia (SP), Jaguariúna (SP), Valinhos (SP), Vinhedo (SP), Paulínia (SP) e Monte Mor (SP).

Vagas assim são oferecidas graças a Lei 8.213/91, chamada de Lei de Cotas para deficientes, que determina uma quantidade mínima de vagas para pessoas com deficiências. A empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência. O descumprimento da lei poderá desencadear multas para a instituição.

Essa é uma das maneiras que fazem com que as portas do mercado de trabalho sejam abertas para pessoas como Verônica Manhães. Ela possui a Síndrome de Down e começou a trabalhar em um programa da prefeitura de sua cidade. Ficou nesse emprego por dois anos. Em seguida, fez um curso profissionalizante e foi contratada por uma escola como auxiliar administrativa. “Eu levo as crianças para atividades, ajudo as professoras, cuido do aparelho de som e do ar condicionado. ”, descreve sua rotina.

A mãe de Verônica, Joete Manhães, afirma o quanto o trabalho fez com que a filha crescesse. “O desenvolvimento da minha filha foi muito bom. O mais importante é que ela gosta de todo mundo e é querida por todos. ”, avalia. Verônica também está satisfeita com a sua ocupação. Joete, além de contente, está orgulhosa por ver o potencial de sua filha sendo aproveitado.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Alana junto com a McKinsey & Company concorda com Joete no que tange a capacidade das pessoas com Down. Além disso, o estudo revelou que das mais de 800 pessoas entrevistadas que trabalham em locais com pessoas com síndrome de Down, 83% acreditam que a presença de uma pessoa com a síndrome faz com que o líder direto se torne mais apto a resolver e administrar conflitos. Dessa forma, os resultados são positivos.

José Carlos Nascimento, gerente de uma rede de supermercados, revela que o convívio diário com estes funcionários realmente só traz benefícios e aprendizado. “Aprendemos com eles porque são as melhores pessoas para lidar. Se eles se sentem acolhidos, produzem muito”, comemora.

Link da imagem: https://goo.gl/54RpD6

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