Deficiência auditiva acomete 9,7 milhões

Casal de surdos do Unasp revelam que coral de libras é uma atividade que os ajudou no processo de comunicação

Gabriel Castro

No Brasil, cerca de 9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, desse total, cerca de 2,2 milhões têm a deficiência em situação severa e, entre estes, 344,2 mil são surdos. .

Luana Tahis Santos e João Adriano Lacerda, um casal de surdos que faz parte do Coral de libras do Centro Universitário Adventista de São Paulo campus Engenheiro Coelho (Unasp-EC), conta como aprenderam a se comunicar através da libras. O começo do aprendizado foi difícil, mas aos poucos conseguiram aprender a nova linguagem. Para eles, a inclusão social ainda é algo distante e, portanto, tiveram muitas dificuldades.

Luana conta que o diagnóstico veio a partir do fato de que ela não atendia aos chamados da mãe durante a infância. “Sem a audição”, diagnosticou o médico. Sua mãe teve que aceitar e ela começou a frequentar escola especiais até os 16 anos. Em seus relacionamentos, costumava enfrentar dificuldades de comunicação.

O coral de libras e teatro são atividades que envolvem o casal e os ajudam a enfrentar os percalços da comunicação. João particularmente gosta de cantar. Luana, por sua vez, não consegue ouvir o som, mas sente as vibrações.

De acordo com João, a inclusão social dos que tem deficiência auditiva ainda encara obstáculos para se concretizar na sociedade.  “As dificuldades que ainda temos são: a falta de médicos, trabalho, entrevistas, falta de intérprete, entre outros. Não há uma comunicação correta e encontramos dificuldades com a própria gramática. Em português, a regra gramatical é diferente daquela que há em libras”, declara.

O casal afirma que o preconceito cultural presente na atualidade, principalmente quando se trata de minoria, é uma barreira que precisa ser vencida. Às vezes esse grupo se sente excluído da sociedade “Sempre há discriminação, sentimento de ser excluído do grupo ou evento. Isso pra nós é normal”, lamenta João.

A comunidade surda por muitos anos vêm lutando por seu espaço na sociedade. Hoje existem programa sociais que os beneficiam como. Exemplo disso é o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), que promove fóruns, publicações, seminários, pesquisas e assessorias em todos os estados, além do Distrito Federal. Em sua sede, no Rio de Janeiro, há aulas para os níveis fundamental e médio. O Ines também forma profissionais surdos e ouvintes no curso bilíngue de pedagogia, experiência pioneira na América Latina.

Em contra partida, a tolerância de muitos é nula porque não entendem a realidade dos outros. Segundo o casal, a empatia ainda é um problema que impede as pessoas de se aproximarem daqueles que têm deficiência.

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