Secretaria da Cultura e Casa das Rosas realizam projeto inclusivo no mês de setembro

A campanha chamada Setembro Azul busca conscientizar sobre a importância de ações que promovam o acesso à cultura para a comunidade surda

Amilly Caroline Diniz

O mês de setembro é carregado de marcos importantes para a Comunidade Surda. De acordo com o Censo de 2010 realizado pelo IBGE, no Brasil há cerca de 9,7 milhões de surdos. Cumprindo com seu papel como espaço museológico acessível a todos, a Casa das Rosas promove uma série de atividades durante o Setembro Azul.

A supervisora do Educativo da Casa das Rosas, Alexandra Rocha, explica a importância de projetos inclusivos no ambiente. A importância se dá ao ampliar a extroversão do acervo e da temática de atuação do museu, contribuindo para a formação de público de museus e equipamentos culturais, por meio de exposições, cursos, oficinas, workshops, palestras e eventos que viabilizem, com acessibilidade, o acesso qualificado da população à cultura e à educação”, afirma.

No dia primeiro deste mês já foi lançada uma campanha no site e redes sociais para que a comunidade surda sugira e eleja os sinais em Libras pertinentes à Casa das Rosas e ao poeta Haroldo de Campos, além de específicos para os eixos temáticos e repertórios do museu. No dia 16, o grupo Corposinalizante promoveu o Slam do Corpo: uma competição de poesia que vai usar a experimentação poética com língua de sinais. No dia 17, o dia foi  cheio de palestras e contação de histórias em Libras-Português: a história da Casa das Rosas e da Avenida Paulista contada em Libras de maneira lúdica por contadora surda com tradução simultânea em português.  Após esse momento, as crianças puderam aprender o alfabeto em Libras e sinais a serem escolhidos por elas.

Alexandra conta que além da programação especial, há outras formas de acessibilidade. “Está sendo finalizado um videoguia em Libras e com legendas em português que poderá ser acessado em um tablet pelos visitantes surdos, além de toalete acessível, fraldário, elevador e rampa de acesso para pessoas com cadeiras de rodas”, explica.

Roseli Gonçalves, que trabalha na Divisão de Educação Especial dentro da Secretaria Municipal de Educação e gerencia um blog que aborda deficiências e os desenvolvimentos da tecnologia, reitera o valor de projetos inclusivos. “Projetos assim integram o deficiente e o apresentam à sociedade. No caso dos deficientes auditivos, mostram a segunda língua oficial do Brasil, empoderam o surdo e dão a possibilidade de todos conhecerem às libras”, comenta.

A Casa das Rosas está localizada na Avenida Paulista, 37, próximo à estação Brigadeiro do metrô. Aberta de terça a sábado, das 10h às 22h, e domingos e feriados, das 10h às 18h. Para quem se interessar pelo assunto, vale a pena conferir o blog da Roseli: www.maosemmovimento.com.br. Para qualquer dúvida sobre a programação, é só acessar a página oficial: www.casadasrosas.org.br.

Sobre o setembro azul

O mês de setembro é marcado por datas ligadas às lutas e conquistas dos surdos. Dia 21 é comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. No dia 26 é comemorado o Dia Nacional do Surdo e aniversário do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). E, finalmente, no dia 30 de setembro é comemorado o Dia Internacional do Surdo.

Por que a cor azul?

O azul é uma cor emblemática, pois na Segunda Guerra as pessoas com deficiência eram identificadas com uma faixa de cor azul no braço e depois eram mortos. O azul turquesa foi escolhido por ser uma cor viva e representar o orgulho de ser surdo.

*Foto: Divulgação

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