Crianças e celulares: um alerta aos pais

In Saúde

Kawanna Cordeiro

Crianças expostas a aparelhos eletrônicos podem dormir menos do que as que não entram em contato com a tecnologia

Um recente estudo publicado na Scientific Reports, site da revista científica Nature, revelou que, a cada hora que crianças com três anos ou menos passam usando aparelhos eletrônicos, 15 minutos de sono são perdidos.

A pesquisa foi conduzida pela Birkbeck e faz parte da Universidade de Londres. O levantamento entrevistou 715 pais de crianças com até três anos de idade. Os entrevistados afirmaram que os mesmos aparelhos ajudam a criança a desenvolver habilidades motoras mais rápido.

Aline Praxedes, funcionária pública e mãe de Vitor, permite que seu filho de três anos de idade use seu celular regularmente. “Nunca reparei se ele demora mais para dormir de noite, mas a tarde ele costuma ficar mais alerta depois de assistir os desenhos no celular. Tento evitar o máximo que posso que ele fique tempo demais, porque percebo que os comportamentos mudam bastante quando ele assiste seguidas vezes a mesma coisa na internet”, declara.

Além do desenvolvimento motor das crianças, há outros benefícios oriundos do uso de tecnologias pelas crianças. Elas podem aprender outro idioma, por exemplo, ou desenvolver a capacidade de socializar. A internet pode abrir portas.

Mas é necessário que os pais fiquem atentos aos passos dos filhos, pois qualquer clique pode levar a criança a conteúdos negativos para a sua idade. “A navegação na internet é muito ampla. Num piscar de olhos é possível mudar de um desenho para outro e ficar vulnerável a muitas outras coisas. Por isso controlo as coisas que o Vitor assiste”, admite Aline.

De acordo com a Associação Americana de Pediatria (APP), os pais devem limitar a 2 horas por dia o tempo que seus filhos ficam em frente à televisão, computador, celular ou tablet. A AAP pontua ainda que, crianças menores do que dois anos não devem ter contato com televisão, computadores e outros aparelhos do gênero. “Nessa idade, simplesmente não há benefícios”, diz a recomendação.

A psicóloga Laís Dantas dá algumas dicas para ajudar os pais nessa situação.

Evitar jogar logo antes de dormir; – Evitar jogos não adequados à faixa etária.

Evitar jogar mais de 50 minutos seguidos sem fazer uma pausa para alongamento de pelo menos 10 minutos. Alongamentos ajudam a prevenir lesões musculoesqueléticas.

Procurar manter uma distância mínima de 60cm da tela do computador para evitar problemas de visão.

Variar as categorias de jogos. Dessa forma, o jogador descobre um mundo novo e desenvolve variados tipos de habilidade.

Existem filtros protetores de tela que auxiliam muito, contribuem para a diminuição dos espaços luminosos e aumentam o contraste entre as imagens.

Ela ressalta a importância da criança ter atividades diversificadas para não querer ficar somente em frente a tela. “Festa do pijama, guerra de bexiga d’água, jogos em família, preparo de refeições com a contribuição de cada membro do lar e atividades físicas (academia, natação, danças, lutas…) são sugestões. O objetivo é gerar uma nova fonte de prazer que tire o foco excessivo das tecnologias e também fortaleça o vínculo familiar”, aconselha.

Link da imagem: https://goo.gl/lvK2h9

 

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