Estudo apresenta queda no número de brasileiras que vão ao ginecologista

In Geral, Saúde

43% das brasileiras não fazem exames ginecológicos de rotina e cerca de 4 milhões nunca foram ao ginecologista.

Camilly Inacio

Cerca de 4 milhões de mulheres nunca procuraram atendimento ginecológico. Além disso, 43% das brasileiras não fazem exame ginecológico de rotina e 50% das mulheres destacaram que no momento não têm um profissional da ginecologia que as atenda de maneira fixa.

Mulheres mais jovens, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, são as que menos buscam atendimento ginecológico, representando 58% do todo. Já dos 25 aos 29 anos, 34% delas responderam negativamente.

Tocantins foi o local onde as pacientes mais afirmaram ter esse contato com os profissionais, com 78% respondendo afirmativamente. Já Rondônia é a região em que menos pacientes apresentam esse tipo de vínculo mais próximo.

Esses dados são oferecidos pelo estudo: “Consultas Ginecológicas de Rotina – A importância da frequência de cuidados com a saúde feminina” que se baseia na pesquisa “Expectativa da mulher brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva: as relações dos ginecologistas e obstetras com suas pacientes”, encomendada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e conduzida pelo Instituto Datafolha.

Importância dos exames ginecológicos

A Dra. Letícia Araújo, ginecologista e obstetra, diz que “a ginecologia é a área da medicina que se dedica ao estudo da fisiologia e da patologia do corpo da mulher em todas as suas fases da vida, para prevenir e tratar doenças, bem como esclarecer sobre o funcionamento normal do corpo.”

Também especialista na área da oncologia, Letícia explica que os exames ginecológicos são extremamente importantes porque “ao fazer exame ginecológico de rotina pode-se detectar uma doença precocemente”. A médica continua relatando que “principalmente o câncer de mama e o câncer de colo do útero, conseguem ser detectados com simples exames.”

Além disso, doenças como o câncer de mama podem ser vistas ainda na fase microscópica, quando não podem ser sentidas na apalpação, apenas com uma mamografia. Letícia Araújo ressalta que “ao detectar precocemente, essas doenças podem ser tratadas evitando cirurgias grandes, quimioterapia e radioterapia.”

A doutora lembra que os exames são indolores, não machucam e podem ser feitos apenas uma vez no ano. “Perder essa vergonha é ter um compromisso com a sua saúde”, enfatiza.

Experiências distintas

Anelise Ferreira tem 19 anos e descobriu que tinha a síndrome dos ovários policísticos em uma ida de rotina ao ginecologista. A jovem conta que adquiriu cedo o hábito de ir regularmente ao ginecologista tendo em vista a importância de conhecer o funcionamento do próprio corpo, além de prevenir e tratar doenças. 

“Em um dos exames descobri que tinha a síndrome dos ovários policísticos e com a ajuda do médico realizei o tratamento que foi super rápido e simples”, expõe a jovem. A partir de sua experiência, Anelise observa que “é muito importante ir regularmente para saber se não tem nada de errado e entender o que está acontecendo com seu corpo, prevenindo o risco de que o problema se torne mais grave.”

Em contrapartida, Hellen Freitas, com a mesma idade, nunca foi a uma consulta com um profissional da área. Ela reconhece que é sempre bom manter essas consultas em dia. “Nunca fui por falta de disponibilidade mesmo, acredito que é algo que sempre deixei para depois, quando fui ver já tinha 19 anos”, assume.

Comprometimento com a saúde

A médica Leticia Araújo, ainda comenta que um dos motivos para algumas mulheres adiarem a ida ao ginecologista tem a ver com o tabu que permeia os exames ginecológicos. Muitas vezes pela criação ou pela vergonha de se expor.  

Outras mulheres acabam se envolvendo com os afazeres da vida. “Cuidando de casa, trabalho, filhos e acabam não encontrando tempo e deixando a rotina ginecológica, e muitas vezes a própria saúde, em segundo plano”, exemplifica a ginecologista. Finalizando, ela lembra que o descuido com a saúde pode comprometê-la em vários níveis, portanto, não vale a pena correr esse risco.

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