Como são medidos os terremotos?

In Ciência e Tecnologia, Geral

Os sismógrafos são os instrumentos que registram as ondas sísmicas provocadas pelo movimento das placas tectônicas.

Davi Sousa

Dois grandes terremotos no mês de abril abalaram comunidades em diferentes partes do mundo, resultando em deslocamentos, destruição e centenas de feridos. No dia 3 de abril, Taiwan foi atingido por um terremoto de magnitude 7,4, o mais forte em mais de 25 anos no país, enquanto, do outro lado do globo, em 4 de abril, um tremor de magnitude 4,8 sacudiu New Jersey, a apenas 60 quilômetros de New York.

Em Taiwan, os efeitos do terremoto foram devastadores. Prédios desabaram, estradas se partiram e cortes de energia deixaram áreas inteiras no escuro. Mais de 1.000 pessoas ficaram feridas, e equipes de resgate trabalharam para encontrar sobreviventes entre os escombros. A cena era de familiares buscando por entes queridos e hospitais sobrecarregados lidando com o grande número de vítimas.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o terremoto em New Jersey provocou alarme em uma região não acostumada a tremores significativos. Apesar de sua magnitude menor em comparação com o terremoto taiwanês, o tremor ainda causou danos em prédios e gerou preocupações sobre a segurança estrutural em áreas urbanas próximas.

Os recentes terremotos destacam a necessidade contínua de preparação e resiliência em face de eventos naturais imprevisíveis. Em ambos os casos, as comunidades estão se esforçando para se recuperar e aprender com os impactos desses eventos sísmicos.

Com qual frequência acontecem terremotos?

A frequência dos abalos sísmicos é variável dependendo da localização geográfica e da atividade tectônica das regiões. Anualmente, o mundo registra cerca de 500.000 terremotos detectáveis, sendo a grande maioria de baixa magnitude e passando despercebida pela população de acordo com a United States Geological Survey (USGS).

Terremotos de magnitude menor que 2,0 ocorrem aproximadamente um milhão de vezes por ano, mas são tão suaves que raramente são sentidos. À medida que a magnitude aumenta, a frequência diminui. Por exemplo, terremotos de magnitude entre 2,0 e 2,9 acontecem cerca de 1,3 vezes por dia em todo o mundo.

Ainda de acordo com a USGS Eventos mais significativos, como os de magnitude 7,0 ou superior, ocorrem em média cerca de 10 a 20 vezes por ano em todo o mundo. Embora essa seja uma frequência relativamente baixa, esses terremotos têm potencial para causar danos significativos.

A forma de medida desses terremotos é por meio de instrumentos chamados sismógrafos, que registram as ondas sísmicas geradas pelo movimento das placas tectônicas. A magnitude de um terremoto é geralmente determinada pela escala de Richter ou pela escala de magnitude de momento.

A escala de Richter, desenvolvida na década de 1930 por Charles F. Richter, mede a amplitude máxima das ondas sísmicas registradas pelo sismógrafo. No entanto, essa escala tem limitações para medir terremotos de magnitude muito alta, pois foi projetada para terremotos locais na Califórnia.

A escala de magnitude de momento é mais amplamente utilizada atualmente, pois oferece uma medida mais precisa da energia liberada por um terremoto. Ela considera a área da falha que se rompeu, a distância que ela se moveu e a rigidez das rochas envolvidas.

Existe terremoto no Brasil?

Apesar de não serem tão comuns quanto em outras regiões do mundo, o Brasil registra atividade sísmica. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o país está localizado em uma área com baixa atividade sísmica, mas ainda assim são registrados eventos esporádicos.

Dados do CPRM mostram que entre os anos de 1900 e 2018, foram registrados cerca de 78 terremotos de magnitude superior a 4,0 no Brasil. A maioria desses eventos ocorreu nas regiões Nordeste e Sudeste, principalmente na Bahia, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Embora os terremotos brasileiros sejam geralmente de baixa magnitude, o país já registrou eventos mais significativos. Um dos terremotos mais notáveis ocorreu em João Câmara, Rio Grande do Norte, em 1986, atingindo uma magnitude de 5,1 na escala Richter.

Regiões como o Vale do Rio São Francisco, no Nordeste, e áreas próximas à costa leste, são as mais suscetíveis a terremotos devido à presença de falhas geológicas locais.

Para o geólogo Elias Santos esses dados ressaltam a importância de estarmos preparados para eventos sísmicos. “Mesmo que ocorram com menor frequência em comparação a outras regiões do mundo e a atividade sísmica no Brasil seja considerada baixa, não podemos ignorar os potenciais riscos. É essencial que as autoridades e a população estejam conscientes da possibilidade de terremotos e adotem medidas de segurança adequadas”, orienta.

Quais foram os maiores terremotos já registrados?

Muitos terremotos marcaram profundamente a história do mundo, deixando um rastro de destruição e mudança. Desde os tempos antigos até os dias atuais, esses eventos sísmicos têm sacudido comunidades, causado perdas humanas e alterado paisagens. Entre os exemplos mais marcantes já documentados estão:

Chile, 1960 – O Grande Terremoto do Chile

Em 22 de maio de 1960, o Chile foi atingido por um dos terremotos mais poderosos já registrados na história. Com uma magnitude estimada de 9,5 na escala Richter, o terremoto desencadeou uma série de eventos catastróficos. Tsunamis atingiram a costa chilena e viajaram pelo Oceano Pacífico, atingindo o Havaí, o Japão, as Filipinas e até mesmo a costa oeste dos Estados Unidos. Estima-se que mais de 1.000 pessoas perderam a vida e milhares ficaram desabrigadas.

Alasca, EUA, 1964 – O Grande Terremoto do Alasca

Em 27 de março de 1964, um terremoto de magnitude 9,2 atingiu o Alasca, tornando-se o segundo terremoto mais poderoso já registrado. Além do tremor em si, o terremoto desencadeou um tsunami que devastou comunidades costeiras ao longo do Alasca e da costa oeste do Canadá e dos Estados Unidos. A cidade de Anchorage, no Alasca, sofreu danos significativos, com prédios desabando e estradas sendo destruídas.

Sumatra, Indonésia, 2004 – O Tsunami do Oceano Índico

Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto submarino de magnitude 9,1 ocorreu ao largo da costa de Sumatra, na Indonésia. O terremoto desencadeou um tsunami massivo que atingiu 14 países ao redor do Oceano Índico. As ondas gigantes arrasaram comunidades costeiras, resultando em mais de 230.000 mortes e inúmeros danos materiais.

Japão, 2011 – O Terremoto e Tsunami de Fukushima

Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9,0 atingiu a costa nordeste do Japão, desencadeando um tsunami devastador. O tsunami atingiu a usina nuclear de Fukushima, resultando em um dos piores desastres nucleares da história. Mais de 15.000 pessoas perderam a vida e milhares foram deslocadas devido aos danos causados pelo terremoto e pelo tsunami.

Alasca, EUA, 1965 – Terremoto do Alasca de 1965

Em 4 de fevereiro de 1965, um terremoto de magnitude 8,7 atingiu o Alasca, causando danos significativos em várias áreas do estado. Embora tenha sido menos devastador em comparação aos outros terremotos mencionados, o evento ainda deixou um impacto duradouro na região.

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