Cosplay: a cultura além das fantasias

In Cultura, Geral

A linguagem do mundo pop vem sendo traduzida para o mundo real através do cosplay.

Julia Viana

Segundo o dicionário online Significados, Cosplay é um termo em inglês, formado pela junção das palavras costume (fantasia) e roleplay (brincadeira ou interpretação). Esse é um hobby que por muitas vezes se torna uma profissão, em que as pessoas se fantasiam de personagens de mangá, games, anime e do mundo pop atual. 

Com a popularização dos animes e mangás japoneses no ocidente nos anos 90, o cosplay foi relacionado a caracterização desses personagens. Mas o equívoco mais comum é achar que os cosplayers só estão ligados à cultura pop japonesa. Mesmo muitas pessoas fazendo cosplay, principalmente com esses personagens, essa prática não é exclusiva deles, pois quadrinhos, jogos e filmes também fazem parte.

Uma das principais ideias desse estilo é a sua caracterização, dando mais vida e realidade a personalidade do personagem que a pessoa quer se tornar, aprendendo todas as características do indivíduo e utilizando as suas roupas. Dessa forma, é muito comum ver vestimentas e acessórios que são produzidos pelos próprios cosplayers se baseando na ideia do “Do It Yourself” (DIY), que no português é traduzido para “faça você mesmo”.

Eventos comemorativos

Os eventos cosplay são ocasiões em que os fãs se reúnem para celebrar essa prática, exibir seus trajes e interagir com outros fãs. A organização de convenções e feiras, por serem eventos maiores, é bem mais complexa. É preciso pensar em elementos como local, hora e data da realização, atrações interativas para o público, levantar fundos para que isso seja possível (apoios, patrocínios, venda de ingressos, parcerias, etc.).

A Comic Con Experience (CCXP) é um grande exemplo desses eventos, no qual, segundo próprio site diz ser, é um lugar onde todos os crossovers são possíveis e reais. Ela é um evento brasileiro de cultura pop, sendo um remake da San Diego Comic-Con, que acontece nos Estados Unidos. O evento norte-americano começou em 1970, mas no Brasil foi realizado pela primeira vez em 2014  pelas equipes do site Omelete, da Piziitoys e pela agência Chiaroscuro Studios.

A empresa Anime Fair Eventos surgiu em 2014 e foi idealizada pelo Leonel Andreoli com a ideia de organizar eventos geek, quando estava cursando a faculdade de Turismo e Hospitalidade em 2010. “A princípio não pensava em abrir uma empresa, mas ao organizar o primeiro evento, em 2014, percebi que ter um CNPJ poderia facilitar muitos aspectos da realização de um evento, além de transmitir uma imagem mais profissional a potenciais investidores”, destaca. 

Cosplayers 

O prazer de se fantasiar e a identificação com o personagem levam as pessoas a começarem a frequentar eventos de cosplay. Thalia Freitas faz cosplay desde 2013 e conheceu o mundo do cosplay através dos animes, e desde então foi paixão à primeira vista. “Me apaixonei pela arte e desde então quis fazer. Cosplay é a parte da minha vida que eu me identifico como algo que eu amo”, acrescenta. 

Para Thalia todo mundo pode fazer cosplay, desde que goste e se sinta bem. Já o Leonel destaca que outra coisa importante de saber antes de ir para um evento geek é que cosplay é diversão e paixão. “Você veste o traje de um personagem porque você se identifica com ele, porque gosta de algo nele”, pontua. 

A sensação que a Thalia sente ao participar desse mundo é muito boa, pois é um lugar onde as pessoas têm os mesmos objetivos que ela. “É onde vejo um nicho de pessoas com gostos parecidos com os meus, que não tem vergonha dessa arte e que me entendem”, cita.

Foto: Arquivo pessoal

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