Educação bilíngue traz benefícios para toda a vida

In Educação, Geral

Apresentar um segundo idioma na primeira infância facilita no aprendizado das crianças.

Ana Dias

O estudo Bilingual Brains, da Universidade de Stanford, na Califórnia, aponta as habilidades desenvolvidas em crianças que possuem um segundo idioma e que passam por educação bilíngue. Elas se tornam mais focadas, com grande facilidade em reter informações e mais propensas a bloquear qualquer tipo de distração. Isso se deve ao fato delas precisarem lidar com duas línguas alternadas em uma conversa. 

Estimular o desenvolvimento na construção do conhecimento, também conhecido como Capacidade Cognitiva, ajuda no processo de relações pessoais, seja em um ambiente acadêmico ou profissional. Este desenvolvimento desperta um interesse por parte dos pais em colocar seus filhos em uma escola de inglês.

A coordenadora pedagógica da escola de idiomas Excellent Global Idiomas, Valquíria Marciano, explica que a criança pode esquecer a segunda língua com o tempo, se não for praticada diariamente. Ela destaca que inserir a língua no cotidiano é fundamental para permitir fluir, pois o inglês não deve ter uma “data” para deixar de ser estudado, ainda mais não morando em um país de fala inglesa e não tendo contato direto com falantes nativos. “Não é sempre que a criança entende o português que falamos, elas vão por dedução, o mesmo acontece com o inglês, não será algo maçante para ele”, complementa.

O inglês em um mundo globalizado

Por ser o idioma mais falado do mundo, o inglês passou a ser considerado uma língua franca, o que corresponde ao uso da língua em diferentes lugares do mundo, mesmo que não tenha falantes nativos naquele país.

Logo, ter uma educação bilíngue e fluência permitirá a interagir com as pessoas de diferentes culturas, aspecto importante na formação de novos contatos. Na atualidade, as oportunidades estão cada vez mais flexíveis, um exemplo delas é o trabalho remoto viabilizado por diversas empresas.

Nesse sentido, incluir o aprendizado do inglês é fundamental para as crianças, pois desde cedo elas serão impactadas positivamente, não apenas na capacidade de se relacionar com pessoas, como também no âmbito físico e psíquico, de acordo com a pesquisadora Antonieta Heyden Megale.

Cientistas britânicos e americanos, do King’s College, em Londres, e da Brown University, em Rhode Island, analisaram 108 crianças com idades entre um e seis anos. A conclusão mostra que qualquer influência ambiental sobre o desenvolvimento do cérebro será mais forte na infância. Ou seja, introduzir a criança em um ambiente bilíngue antes dos quatro anos aumenta a chance dela dominar ambas as línguas, já que a mesma irá raciocinar em seu próprio idioma, sem que apresente qualquer intervenções mentais em seu desenvolvimento.

Apoio dos pais 

Com o apoio dos responsáveis, a criança tem mais chance de se interessar e melhorar o idioma, pois estimula o aprendizado, gera confiança e faz com que se sintam mais motivados. Aprender inglês junto com eles é uma maneira de fortalecer os vínculos familiares, relembrando o que é passado dentro de uma sala de aula, ou até mesmo em vídeos disponibilizados em plataformas para ensinar as crianças em casa.

A professora e co-fundadora do portal de conteúdos Minigringos, Vitória Bortolan, conta que os responsáveis acabam tendo acesso às informações oferecidas por meio das redes sociais. Elas trazem assuntos sobre o vocabulário, a pronúncia e atividades para inserir no tempo livre das crianças, como vídeos e músicas, mostrando que é possível tornar o inglês como o segundo idioma dentro de casa. Mesmo que os pais não saibam como se escreve ou fala aquela palavra, os conteúdos são postados justamente para ensinar os pais a aplicarem na rotina de seus filhos.

“Quanto antes a criança aprender inglês, melhor para ela, pois, a partir do momento que a mesma aprende a falar, o cérebro ainda é muito moldável, ela terá muita facilidade em aprender e absorver informação. O resultado disso é a criança que não tem sotaque, porque ela aprendeu desde pequena as duas línguas juntas”, disse a professora.

Vitória expõe que são necessários jogos, ter o divertimento como parte do processo tanto em um ambiente acadêmico quanto no acompanhamento dentro de casa por parte dos pais, intercalar entre o gramatical e o lúdico, principalmente o lúdico.

Nessa fase, é mais fácil tornar o conhecimento sólido, esse que fará diferença para a vida toda. Como diz o estudante de inglês Felipe Yago, de 6 anos, “o inglês é importante pra quando eu viajar eu saber falar com as pessoas e entender o que elas estão falando, e sempre aprender mais”.

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