Febre maculosa: entenda mais sobre a doença

In Geral, Saúde

Diante do número crescente de casos, entenda os perigos e métodos de prevenção. 

Camylla Silva

Nos últimos meses, uma doença aparentemente misteriosa trouxe consigo uma ameaça silenciosa e um sinal de preocupação para as pessoas do estado de São Paulo, médicos e demais regiões. A febre maculosa, doença infecciosa febril de nível agudo, é transmitida por carrapatos que estão infectados pela bactéria Rickettsia Rickettsii, presente especialmente no carrapato-estrela. 

Em junho de 2023, a doença causou uma sequência de mortes após uma festa na região de Campinas. Na última sexta-feira (16), o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo confirmou novos casos de febre maculosa na capital paulista. No total, somam-se 19 casos da doença e nove mortes.

Infecção 

A transmissão da doença não ocorre de pessoa para pessoa. A infecção acontece após o carrapato ficar na pele do paciente por ao menos quatro horas. Já o período de incubação – data do primeiro contato da pessoa com a bactéria até o início dos sintomas – da febre é de 2 a 14 dias. No entanto, é importante considerar as exposições ocorridas nos últimos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.

Diagnóstico 

A infectologista e pesquisadora do Ambulatório de Imunodeficiência Secundária da Universidade de São Paulo (USP), Larissa Tiberto, ressalta que é desafiador realizar o diagnóstico da febre maculosa em antecipação inicial da doença, já que os sintomas são semelhantes com os de outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, encefalite, malária, entre outras. 

No entanto, a médica ainda explica como funciona o processo de análise. “O diagnóstico é feito através da anamnese, exame físico e da reação de imunofluorescência indireta que detecta a presença do anticorpo contra a bactéria”, conta.

Sintomas 

 Os principais sintomas da febre maculosa são: 

  • febre alta e súbita;
  • dor de cabeça intensa;
  • náuseas e vômitos;
  • diarreia e dor abdominal;
  • dor muscular constante;
  • inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
  • erupções no local da picada do carrapato; 
  • paralisação dos membros do corpo, começando nas pernas até os pulmões, causando parada respiratória.

Tratamento

Para prevenir complicações graves e até mesmo o óbito, é crucial que o tratamento da febre maculosa seja iniciado. Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental buscar atendimento médico para avaliação. “O tratamento é feito com antibióticos, eles têm sido eficientes se o paciente for diagnosticado e tratado até o quinto dia de infecção”, recomenda Larissa. Em certos casos, a internação pode ser necessária.

Prevenção contra a febre maculosa

Apesar da gravidade e alta taxa de letalidade, é importante diminuir consideravelmente o risco de contrair essa doença. Por isso, a especialista alerta sobre os locais de risco. “Evite andar em lugares de mato alto, locais arborizados, gramados, trilhas e contatos com animais silvestres. Esteja bem protegido, vista blusas de manga comprida, bota – especialmente quem estiver em zonas rurais – e roupas claras”, orienta. Caso encontre algum carrapato, retire-o cuidadosamente com pinça, para evitar que o animal libere a bactéria causadora da febre maculosa.

Alerta

A Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo emitiu um alerta para que as pessoas que estiveram na Fazenda Santa Margarida, no período de 27 de maio a 11 de junho, e apresentem febre, dor no corpo, dor de cabeça ou manchas avermelhadas pelo corpo, procurem atendimento médico imediatamente. É necessário informar ao médico sobre uma visita à região.

É de extrema importância que todas as pessoas que frequentaram a Fazenda estejam atentas aos sintomas e comuniquem as informações à equipe médica. Esses dados são fundamentais para o início de um tratamento precoce e para evitar a progressão da doença.

Além da Fazenda Santa Margarida, as regiões de maior incidência de casos são Campinas, Piracicaba, Assis e Sorocaba.

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