O crime quase perfeito que me viciou em documentários policiais

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carro policial

Franciele Borges

Terminei de assistir o debate com os candidatos a presidente e vim aqui escrever um texto para o dia do blog. Apaguei todo rascunho que escrevi da vez passada, porque meus pensamentos mudam rápido. Depois que terminar aqui volto para o meu TCC até o dia amanhecer. Eu queria mesmo estar assistindo documentário policial com aqueles crimes insolucionáveis, descobertos após décadas de investigação. Sempre penso em seguir a área investigativa, mas tenho medo de acabar como o Tim Lopes, em 2002. 

Escrever, ler e assistir sobre crimes é terapêutico na minha experiente opinião. Além de me distrair, eu aprendo técnicas de investigação, entrevista e observação nos detalhes que passam batido. Eu observo as pessoas sem elas perceberem. É legal demais. E não, ver cenas brutais de pessoas mortas e ouvir como o assassino tirou a vida da vítima, não me incentiva a fazer igual. Até porque, para ser um serial killer, é necessário ser psicopata.

O documentário que amei assistir foi o ‘Crime quase perfeito’ da Discovery. Até perdi as contas de quantas temporadas são. Ele consiste basicamente de detetives, especialistas e policiais que pegaram um caso, e detalham como o assassino ficou livre por tanto tempo sem deixar nenhuma pista que levasse até o seu paradeiro. Ainda assim, os investigadores tinham sede de descobrir quem cometeu o crime e jamais arquivaram o caso. 

O que eu lembro em detalhes é de um homem que matou uma menina de 19 anos e abandonou seu corpo em um mato. O caso se passa em uma pequena cidade americana. A família e vizinhos deram a vítima como sequestrada e nunca mais foi encontrada. Quando encontraram o seu corpo, ele não tinha sinais de violência e já estava em decomposição. Sem sinais e marcas, foi difícil encontrar quem a matou. 

Nada do que fizeram levava até o criminoso. Mas um dos investigadores foi tão persistente que imaginou os passos do jovem, na época, até a cena do crime. Ele investigou todos os carros que possivelmente os moradores da região usavam e foi em várias concessionárias e lojas de carros usados pesquisar quais moradores compraram um automóvel no ano do crime. Com uma lista de compradores, ele analisou os modelos e cores dos veículos. E em um carro vermelho, o detetive percebeu que o comprador não era morador do bairro e sim de outro lugar. 

Pronto! A equipe de investigação foi à procura desse homem. A busca pelo assassino durou 26 anos. Eu tenho 26 anos. Uma vida para encontrar alguém para dar a sentença de prisão perpétua. Finalmente, colocaram as mãos no suspeito que confessou o crime, virou réu e nunca mais saiu da cadeia. 

Mas sério, te recomendo muito conhecer esse lado dos documentários. Eu até pensei em mudar de gosto para consumir séries e filmes. Mas a ficção não me atrai tanto assim. Talvez um filme baseado em fatos ou uma série inspirada em uma história real. Porém, ainda tem os atores que não viveram nada, mas precisam interpretar. Ai, me dá preguiça!  

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