Pesquisa aponta avaliação econômica dos brasileiros com gastos e dívidas

In Economia, Geral

A pesquisa foi postada dia 08/02/22 no site da CNI e realizada entre os dias 23 e 26 de julho de 2022, quando foram entrevistados 2.008 cidadãos com idade a partir dos 16 anos.

André Felippe Teodosio 

O índice de brasileiros com problemas para quitar suas contas é apresentado numa pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A matéria apresenta um estudo em que um a cada quatro brasileiros não consegue quitar suas contas no final do mês.

Devido à pandemia que o mundo sofreu no início do ano de 2020 e a guerra entre Ucrânia e Rússia, a inflação subiu e os preços dos mantimentos básicos para a sobrevivência da população aumentaram de forma exorbitante. Os brasileiros estão optando em pagar algumas contas e deixar outras em aberto, o que encadeia uma série de dívidas para os que sofrem com esses problemas, como aponta o estudo.

A pesquisa ainda mostra um cenário em que 69% das pessoas não conseguem guardar o dinheiro para passar o mês, apenas 29% dos entrevistados poupam seu dinheiro. Tudo isso relacionado ao aumento que os brasileiros estão tendo com as compras alimentícias, lazeres e serviços domésticos.

Despesas e gastos 

A pesquisa da CNI ainda aponta que 60% dos brasileiros tiveram que cortar vários gastos de lazer ao ano, pessoas estão deixando de se divertir para poder quitar suas dívidas ou uma parte delas. Ainda sobre as contas essenciais para sobreviver, 34% dos entrevistados relataram que não pagaram ou atrasaram as contas de água e luz. 19% não renovaram os planos de saúde para 2022 e 25% também deixaram de comprar remédios, como mostra no gráfico abaixo:

Corte nas contas mostrado em tabela.
Gastos com lazer estão no topo dos cortes.

Além dos apertos financeiros relacionados aos problemas com os planos de saúde que tiveram um aumento apenas de 11% comparado a 29% que deixaram de ter e a redução de passeios feita pelas famílias, os brasileiros também tiveram uma crescente nos gastos de consumo alimentares. A carne vermelha teve um consumo de 41% por parte dos indivíduos entrevistados, enquanto 7% deixou ou reduziu a opção na geladeira. 

Contas sofrem com gastos nos bens de consumo.
Gastos com bens estão aumentando.

População sente inflação nos alimentos 

A carne vermelha foi um dos alimentos que mais sofreu com a alta dos preços. Dos brasileiros entrevistados na pesquisa, houve um aumento de 41% em relação a 18% que deixaram de comer ou reduziram o prato na mesa. O gás também foi um dos que mais teve relação com os problemas das pessoas quanto aos gastos do mês, chegando a 41% de aumento. 

Celeide Maria de 63 anos comenta sobre o quão absurdo estão os alimentos no mercado. “O aumento de leite realmente foi um absurdo, o óleo aumentou bastante, a verdura deu uma caída mas mesmo assim está cara, a carne está difícil do pessoal comprar. Mesmo tendo supermercado que faz promoção ainda sai caro, e o gás que aumentou de forma absurda dependendo de onde comprar, se for no cartão ainda fica mais caro. E de alimentos o que achei mais caro foi leite e derivados, feijão e arroz também estão muito caros” afirma. 

Celeide ainda fala como tenta escapar em relação aos grandes preços. “Eu compro, faço um equilíbrio, pra não ir no mercado toda hora, eu estoco e compro alimentos em fardos, porque sai mais barato dependendo do mercado que você comprar” salienta. 

Rebeca Keilla, nutricionista, faz compra toda a semana para manter uma boa alimentação. “Eu percebi um aumento muito grande nesses 3 meses agora, houve um aumento do preço e produtos que aumentaram quase 50% do valor“, afirma.

“Eu percebo o aumento também nas marcas, além dos alimentos as marcas também cresceram seu valor, isso é um problema porque geralmente as melhores marcas tem alimentos com uma produção. Com esse aumento no preço muitas pessoas aderem a comprar comidas mais baratas e às vezes não boas, por exemplo, trocar uma proteína, frango, por um enlatado sabor frango”, afirma.

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