Ruído branco e colorido: técnica para dormir e se concentrar são eficazes?

In Geral, Saúde

Os sons coloridos vêm sendo estudados para amenizar o estresse, dormir melhor e aumentar o foco.

Fernanda Reis

Sons de chuva, sons da natureza, barulho do ventilador e televisão ligada. Em meio ao falatório na mente agitada depois de mais um dia, os ruídos têm sido tendência crescente entre as pessoas que buscam melhorar seu sono ou aumentar sua produtividade.

“Eu não durmo sem o barulho do ventilador”, afirma a doméstica Rosa da Silva. O ruído para ela já é técnica antiga, apesar das nomenclaturas recentes.

O que é ruído branco?

O ruído branco é um barulho que serve como mascaramento auditivo, ou seja, reduz a percepção de um som através de outro som. Ele serve para bloquear sons cujas frequências variam de intensidade e podem estimular o córtex cerebral, como barulho de carros, cachorros latindo ou obras de construção, pois contém todas as frequências na mesma potência.

O objetivo principal do ruído branco é diminuir a sensibilidade a barulhos imprevisíveis e caóticos, porque ele tem constância e cria um ambiente de fundo uniforme. “A gente já nasce num ambiente de barulho de fundo: o batimento cardíaco da mãe tem um ruflar, que ouvimos no útero”, avalia o neurologista e médico do sono Paulo Afonso Mei. Segundo ele, os ruídos promovem a indução e melhoram a qualidade do sono.

O ruído branco é gerado por uma variedade de fontes, incluindo ventiladores, geradores de ruído branco específicos ou aplicativos de smartphones. “Costumo dormir quase todas as noites com som do ruído branco, geralmente me ajuda a pegar no sono mais rápido. Depois que comecei a utilizar essa prática, meu sono tem sido bem melhor”, relata a médica Julliane Magalhães. Para a médica, o ruído é apenas um detalhe a mais, que se combinado a bons hábitos, pode harmonizar melhor o sono.

Classificação dos sons

No entanto, não para por aí. O ruído branco é apenas uma das categorias das cores de ruídos. Também existe a versão rosa, vermelho, azul, cinza e verde. Os sons coloridos, basicamente, são variações do ruído branco, com base em uma comparação aproximada entre o espectro de frequência e o espectro de cores.

Enquanto a versão branca é mais forte porque abrange uma faixa de frequência mais ampla, o ruído rosa soa mais profundo, mais como uma forte tempestade. O ruído marrom valoriza ainda mais os sons graves e, com um pouco de boa vontade, lembra ondas do mar. O ruído azul (oposto ao rosa) e o violeta (oposto ao marrom) vão para o lado contrário: são muito mais agudos, como um spray de água sibilante.

Os menos famosos são o cinza, projetado para soar igual em todas as frequências,  o verde, que é o ponto médio do espectro de ruído branco, ou o ruído da Terra e, por fim, o preto, que assim como representa a ausência de cores, seria o silêncio ou “ruído negativo”.

Dúvidas sobre os benefícios

A revista  científica Sleep Medicine Reviews cita 38 estudos relacionados ao ruído branco e a conclusão do estudo é de que as evidências sobre a técnica são insuficientes. Não há comprovação, porém, a pesquisa indica que esses ruídos podem afetar negativamente a audição e a qualidade do sono.

O professor da divisão de sono e cronobiologia da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, Mathias Basner, publicou uma revisão sistemática de pesquisas sobre os ruídos como um auxílio para dormir e também concluiu que não há uma resposta precisa. Ou seja, é possível que os ruídos sejam benéficos para o sono, mas também seria plausível a hipótese de serem prejudiciais.

Sendo bom ou não, o método não funcionou para Bruna Santos. A jornalista tentou fazer uso algumas noites dos sons relaxantes e garante que sentiu mais ansiedade e nervosismo. Assim como a publicitária Gabriela Vieira, que diz enfaticamente: “Comigo, isso não funciona”. Para ela, os sons não são necessários para garantir uma boa noite de sono ou aumentar sua produtividade.

Enquanto a ciência continua procurando entender se os ruídos são capazes de modificar o estado mental, o neurologista Paulo Mei recomenda que, enquanto não existem estudos que mostrem resultados certeiros, cabe ao indivíduo decidir usar ou não. “Se ele acha que, no final das contas, atrapalha, não deve usar. Se sentiu benefício, pode usar”, finaliza.

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