A poesia difundida no meio virtual cresce e torna-se um fenômeno entre leitores

In Cultura, Educação, Geral

A internet tornou-se um dos maiores meios para se produzir e consumir poesia

Rayne Sá

A poesia, datada do século XVI, tornou-se um fenômeno nas redes sociais no início de 2010, quando os primeiros poetas passaram a migrar para internet. Conhecidos como “Instapoetas”, os autores compartilham seus escritos através de imagens, vídeos e até mesmo por meio de podcasts, alcançando leitores de todos os lugares do mundo.  A iniciativa era criar uma rede para que eles pudessem divulgar seus trabalhos e, assim democratizar o acesso à leitura. 

Renata Ruffo, escritora e professora, formada pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), iniciou na internet em 2017, com a página Litural, no Facebook e, conta que, inicialmente, seu intuito era apenas organizar e publicar seus textos, não imaginando o alcance que os escritos poderiam chegar. Naturalmente a página foi alcançando mais pessoas, até mesmo as que não tinham relação alguma com a minha bolha de conhecidos e contatos próximos”, afirma Renata. 

Rupi Kaur, autora indiana de Outros jeitos de usar a boca e O que sol faz com as flores, publicados no Brasil pela Editora Planeta, é considerada a representante da geração de “Instapoetas”. Hoje, Rupi acumula mais 4 milhões de seguidores no Instagram, lugar onde posta a maior parte de seus trabalhos, inspirando leitores e escritores de várias partes do mundo. No Brasil, nomes como Ryane Leão, Igor Pires, João  Doederlein, Saulo Pessato e Zack Magiezi são os principais responsáveis pela disseminação da poesia na internet. 

Espaço para o novo

Com uma escrita direta e sem se preocupar com as regras de métrica da Literatura Tradicional, o crescimento do acesso à poesia no meio virtual abriu espaço à acessibilidade, praticidade e economia que muitas pessoas buscam hoje em dia, além de expandir e estabelecer uma aproximação da cultura com as pessoas, visto que muitas não possuem a possibilidade de comprar livros. 

Mesmo com o acesso imediato à poesia, há espaço para os dois, isto porque dados de uma pesquisa realizada com 80 pessoas na plataforma do Instagram, em março, revelou que 33% dos usuários consomem poesia no formato digital, enquanto 47% no formato físico. Apesar de muito difundida, a poesia no meio convencional continua sendo lida. 

Na pandemia, a poesia na era digital abriu espaços e oportunidades para muitos artistas e, como consequência, possibilitou a difusão e consumo de cultura nas redes. “Graças a esse largo alcance das redes sociais, recebi muitos incentivos e percebi que a escrita, que antes eu julgava ser só minha, podia também ser compartilhada e entendida pelo mundo”, finaliza Renata Ruffo.

You may also read!

Enem 2024 abre período para solicitar a taxa de isenção

O prazo para pedir a taxa e justificar ausência da edição passada segue até 26 de abril. Elinelma Santos

Read More...

Flórida assina lei que restringe menores de 16 anos de acessar mídias sociais

A lei entrará em ação no primeiro dia de janeiro de 2025. Davi Sousa O governador republicano da Flórida,

Read More...

Comida é recurso para lidar com problemas emocionais: entenda os riscos

Pesquisa revela que a maioria dos brasileiros acredita que comer em excesso melhora a saúde mental.

Read More...

Leave a reply:

Your email address will not be published.

Mobile Sliding Menu