Cordão de Girassol identifica pessoas com deficiências ocultas

In Cultura, Geral

A Lei que instituiu o símbolo foi sancionada para facilitar o dia a dia dessas pessoas.

Gabrielle Ramos Venceslau 

Uma fita com desenhos de girassóis foi instituída pelo governo federal para identificar pessoas com deficiências ocultas no Brasil. A lei tem como objetivo beneficiar aqueles que têm alguma deficiência que não pode ser percebida imediatamente. Isso facilita o cumprimento dos direitos dessas pessoas, como o atendimento prioritário.

As deficiências não aparentes são as que não são percebidas de imediato. Pois elas não têm sinais físicos que possam identificá-las com facilidade, como é o caso da Síndrome de Down. No entanto, elas podem afetar a interação social, a comunicação, o comportamento e a emoção dessas pessoas. Alguns exemplos são: a surdez, o autismo, transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia, entre outros. 

Esta medida altera o Estatuto da Pessoa com Deficiência e foi publicada no Diário Oficial da União, um dos veículos de comunicação da Imprensa Nacional do Brasil. Entretanto, o símbolo não substitui a comprovação da deficiência por meio de documentos, caso seja requisitado por autoridades.  

Uma necessidade real

O símbolo do cordão de girassol trouxe benefícios para as pessoas que têm deficiências ocultas ou não aparentes, facilitando o reconhecimento e o respeito aos seus direitos garantidos. “Identificar uma deficiência oculta pode ser difícil se a pessoa não estiver usando o cordão ou outro símbolo de identificação”, explica a psicóloga Marina Mellone.

Helizabethe Guerra, terapeuta ABA e professora especialista em Educação Especial e Inclusiva, conta que, por ser adulta, muitas pessoas não entendem que ela pode ter o Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Quando eu colocava o cordão de quebra-cabeça [para pessoas autistas], as pessoas achavam que eu estava colocando em mim para sinalizar que o meu filho é autista”, expõe.

A terapeuta afirma que é muito mais fácil lidar com a questão da deficiência oculta ao usar o cordão do girassol. “Por ele não ser restrito ao uso de um determinado transtorno, nos deu essa maior visibilidade. Então, mudou a vida do meu filho e a minha, que somos autistas”, explica.

Mudança positiva

O cordão de girassol ajuda a evitar transtornos do dia a dia, como ser questionado por estar numa fila preferencial. Também pode auxiliar no transporte e atendimento público. Além disso, pode incentivar a compreensão e respeito das pessoas, promovendo a inclusão social. “Quando as pessoas verem alguém com este símbolo, devem ter atitude de compreensão  e apresentação do suporte necessário, sem questionamentos”, enfatiza a psicóloga.

Entretanto, essa compreensão e empatia somente é possível se as pessoas conhecerem o significado deste símbolo. “Precisamos trabalhar mais a conscientização e dizer o porquê do uso do cordão de girassol. Por isso, sempre falo dele nas minhas palestras e explico por que eu uso”, afirma a terapeuta.

O uso do cordão é opcional e não interfere no exercício dos direitos da pessoa com deficiência oculta. A psicóloga ressalta que, mesmo sem o uso do cordão, é possível observar algumas características, como demonstração de ansiedade ou irritabilidade e dificuldade em entender ou seguir instruções, a fim de ajudar essas pessoas.

Outro tipo

Além do cordão de girassol, também existe o de quebra-cabeça. Esta identificação facilita o atendimento prioritário para pessoas autistas em filas de supermercado, aquisição de entradas PCD em shows, cinemas e eventos, entre outros. “Ele tem função igual ao do girassol, mas voltado para o objetivo de ampliar a visibilidade do TEA e suas subjetividades em ambientes sociais e públicos, oferecendo o suporte necessário, individualmente”, explana Marina.

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