Saúde mental sob os holofotes

In Geral, Saúde

Como influencers têm lidado com as constantes críticas e a pressão por produzir conteúdo.

Helena Cardoso

Recentemente, alguns famosos decidiram se afastar um pouco e dar um tempo da exposição em prol da saúde mental. O cantor canadense Shawn Mendes, por exemplo, publicou no Instagram, no dia 27 de julho, que daria uma pausa em sua turnê mundial. Já o ator britânico Tom Holland, que atualmente interpreta o personagem da Marvel Homem-aranha, excluiu o aplicativo do Instagram por conta de comentários pejorativos que recebe sobre si mesmo. 

Bibi Campos é influenciadora digital há 10 anos e atualmente possui mais de 151 mil seguidores no Instagram. Seus conteúdos variam principalmente entre arte, moda e estilo de vida. A influenciadora conta que sempre escolhe dois dias da semana para evitar entrar nas redes sociais e descansar. Para ela, tirar um tempo longe da internet é, além de benéfico, necessário, já que “a ansiedade [gerada pela cobrança] toma conta até do que era para ser um momento de lazer”, desabafa. 

Tempo off

Outra pessoa que utiliza a estratégia de “se desligar” um pouco é Helô D’Angelo. Helô é ilustradora e quadrinista e, além de trabalhar como chargista no Brasil de Fato e capista do Podcast Mamilos, compartilha suas tirinhas no Instagram com seus mais de 154 mil seguidores. Ela já recebeu desde xingamentos até ameaças de morte, e conta que isso a abalou por um tempo. Agora, a artista diz que está tentando não se afetar mais com as críticas: “é claro que quando são muitas é difícil, aí o que eu faço é deixar um pouco de lado a rede. Não é o ideal, mas é o que eu tenho feito para manter a saúde mental”, acrescenta.

A psicóloga Simone Vaz explica que a importância de se desconectar é reconhecer e se afastar dos ambientes que causam gatilhos. Para Simone, “a pressão por produzir conteúdos […] tem um peso muito grande no psicológico da pessoa”. Ela acredita que “a exposição pode trazer à tona feridas e dificuldades que estavam ali controladas, ou mesmo adormecidas”, além de poder causar transtornos como ansiedade e depressão

Exigência e cobrança

Um dos maiores intensificadores desses transtornos de saúde mental é a pressão sofrida por quem trabalha para a internet. Helô D’Angelo conta que recebe exigências principalmente de pessoas que a seguem e que acabam idealizando seu trabalho. A ilustradora afirma que comentários violentos feitos por seguidores a afetam mais do que os próprios haters, já que, por serem pessoas que a acompanham, é mais difícil ignorar. Sobre essa pressão, a influenciadora Bibi Campos questiona: “até que ponto é prazerosa e benéfica nossa forma de consumir e produzir para as redes sociais?”. 

Por trás das telas

Para Bibi, receber os famosos hates é uma das piores partes de seu trabalho na internet. Ela conta que a sensação que tem ao ler esse tipo de mensagem é que as pessoas fazem questão de criticar com o intuito de afetar, e não de ajudar a evoluir. Sobre esse comportamento, Helô D’Angelo acredita que os usuários tomam liberdades como essa por conseguirem se esconder atrás de perfis anônimos e por esquecer que as críticas chegam a pessoas de verdade: “a gente precisa falar muito mais sobre isso, desenvolver empatia e lembrar que tem outra pessoa atrás daquela tela e daquele perfil. Acho que apenas conversando sobre isso vamos conseguir chegar nesse ponto”, finaliza.

É muito importante tomar cuidado com o que se fala de outras pessoas. Afinal, você não sabe que impactos uma mensagem pode ter em alguém. Será que sua “opinião” é mesmo necessária? Lembre-se de ter empatia, e tenha um bom setembro amarelo!

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