Informalidade é a tendência mundial no mercado de trabalho

In Economia, Geral

Pesquisa aponta que empregos formais estão se tornando inviáveis.

Sâmilla Oliveira 

No atual cenário do mercado de trabalho, a informalidade emerge como uma tendência global inegável. Frases como “no futuro haverá trabalho, mas não necessariamente emprego” estão ganhando espaço. Uma pesquisa da Universidade de Cambridge aponta que trabalhos de freelancers não são algo passageiro na economia. 

De acordo com o JusBrasil, a atividade informal é aquela em que o empregado exerce sua atividade remunerada sem um registro oficial, ou seja, trabalha de forma independente sem uma assinatura na Carteira de Trabalho, o que garante ao trabalhador uma série de direitos. 

Para Gabriel Fernandes, adepto do mercado freelancer há cinco anos, com as novas ferramentas está cada vez mais intuitivo para o trabalhador investir em outras alternativas, tendo em vista que assim se tem mais liberdade criativa e oportunidades para empreender. “Serviços que envolvam a criatividade sem dúvida são áreas que permitem maior flexibilidade com horários e liberdade geográfica”, comenta. 

Um professor da Universidade de Cambridge mostrou em sua pesquisa sobre o “precariado do século 20” que a população mundial experimenta cada vez menos o emprego formal a fim de experimentar a atitude de ocupar vários trabalhos durante a vida. Ações repetitivas, como passar anos na mesma empresa fazendo as mesmas atividades, estão se tornando economicamente inviáveis. 

Questões legais quanto à informalidade

Na perspectiva do advogado e especialista em direito público Roberto Oliveira, a questão da informalidade no mercado de trabalho pode ser um problema. “Com o crescimento da informalidade, crescem também a insegurança e a precariedade dos direitos dos trabalhadores, como a instabilidade financeira vinda da não remuneração mensal e a ausência de direitos previdenciários, de fundo de garantia e verbas rescisórias”, afirma. 

Em contrapartida, Roberto acrescenta que o mundo está em constantes mudanças e as empresas precisam acompanhar as novas tecnologias que vão surgindo. “Não podemos deixar de lado, por exemplo, a questão da realidade virtual sempre em crescimento, a robótica, a inteligência artificial e todas as oportunidades oriundas desse contexto”, observa.  

Roberto afirma que o mundo está em constantes mudanças e que com elas, surgem novas tecnologias que as empresas que pretendem se manter no mercado de trabalho, por sua vez, devem usar a seu favor. “Seja se adaptando a absorver novos profissionais dentro dessa nova perspectiva tecnológica e inovadora ou buscando atualizar os colaboradores já contratados, a mudança precisa avançar”, adverte.

Segundo Gabriel, a chegada de um “novo mercado de trabalho” traz mais benefícios do que malefícios, por estar se tornando cada vez mais fluido, dinâmico, rápido e prático. O fórum econômico mundial mostrou no relatório “Futuro do trabalho” que a quarta revolução industrial deve implicar na perda de mais de 5 milhões de empregos em até cinco anos. 

Empregos eletrônicos

Com o surgimento de tantas tecnologias já previstas para a quarta revolução industrial, o emprego tradicional passa a ser antiquado. Agora o trabalho é totalmente “on demand” (sob demanda), explorando a flexibilidade que o universo digital propõe. 

“Acredito que cada vez mais veremos profissionais híbridos. Com novas ferramentas, metodologias e workflows, está cada vez mais confortável procurar trabalhos sob demanda”, acrescenta Gabriel.  Para ele, o MEI é um dos melhores aliados do trabalhador informal, já que leva em conta os benefícios para esses trabalhadores. 

Gabriel acredita que a tecnologia e os serviços digitais sem dúvida são aliados dos trabalhadores autônomos. Ele defende que já existem diversos aplicativos e ferramentas, tanto pagas quanto gratuitas, que permitem produzir mais em menos tempo. “Inclusive, muitas vezes desempenhamos funções que antes exigiam os esforços de uma equipe inteira. Penso que essa tendência crescerá, principalmente com a chegada da inteligência artificial e novos hardwares, cada vez mais velozes”, finaliza.

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