Pesquisa revela a escassez de mão de obra qualificada no Brasil

In Economia, Geral
Mão de obra qualificada está em falta.

O país é o 9° em ranking da pesquisa da ManpowerGroup.

Natália Goes

A pesquisa realizada pela ManpowerGroup aponta o Brasil como nono no ranking dentre 40 países e territórios com falta de mão de obra qualificada em 2022. Os dados são da consultoria de recursos humanos da empresa que ouviu 40 mil empregadores em 40 países.

No Brasil, 81% dos empregadores têm dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. Em relação ao estudo do ano passado o índice aumentou 4%, tendo como a maior média global em 74%.

Nos últimos anos, o percentual de empregadores que relataram que tiveram dificuldade em contratar pessoas qualificadas. Entre 2012 a 2018 o índice caiu de 71% para 34%. A partir de 2019, voltou a crescer, chegando ao maior percentual atualmente.

Principais setores com escassez de mão de obra qualificada

A pesquisa feita pela ManpowerGroup revela os setores com os maiores índices de falta mão de obra qualificada. Eles são: Banco e finanças liderando o ranking com 86%, TI, tecnologia e Indústria com 84%, educação, saúde e governo com 80%, atacado e varejo com 79%, construção com 76%, hotelaria e restaurantes com 66%.

Concomitantemente, o estudo apresenta a lista com as áreas com maiores demandas de mão de obra qualificada. Os entrevistados puderam escolher mais de uma opção, por isso os percentuais somam-se mais de 100%:

  • Tecnologia da informação e Dados(40%);
  • Atendimento ao cliente e Front Office (32%);
  • Logística e Operações (23%);
  • Marketing e vendas( 21%);
  • Administração( 21%);

Algumas empresas oferecem qualificações para seus empregadores e incentivos para essas qualificações e em outras os empregadores aprendem no dia a dia dentro da empresa. O empresário Elísio, dono de uma fábrica de calçados, fala que sua empresa promove alguns incentivos para seus funcionários, como ticket alimentação e plano de carreira, proporcionando oportunidades para o desenvolvimento de novas funções.

Ele também reconhece que a empresa oferece poucos cursos para as funções, “aqui temos poucos cursos direcionado a funções, mas temos uma equipe boa”. O empresário complementa falando que apesar dos poucos cursos os empregados aprendem com especialistas que trabalham na empresa. “Nós temos profissionais especialistas nas funções, como soldador, pregador de salto, montador que ensinam a outros funcionários. Essa é a maneira que fazemos aqui na empresa, os colaboradores aprendem uns com os outros”, complementa Elísio.

De acordo com a psicóloga Larissa Aragão, a pandemia não causou o problema da escassez, mas dificultou o acesso à qualificação. “Faltou estrutura e cuidado das entidades públicas para auxiliar as pessoas na qualificação”, afirma.

A escassez das habilidades

O estudo enumerou as cinco habilidades mais difíceis de encontrar entre os candidatos, as chamadas soft skills: raciocínio e resolução de problemas, resiliência e adaptabilidade, iniciativa, confiabilidade e autodisciplina, espírito colaborativo e trabalho em equipe.

Para o empresário Elísio, a habilidade mais difícil de achar em um colaborador da sua empresa é o comprometimento. “A maior dificuldade é encontrar um funcionário comprometido com a empresa, em atingir as metas, em dar 100% em sua função e a fazer um produto de qualidade, além da pontualidade”, ressalta.

Qualificação e a necessidade de oportunidades

De um lado as pesquisas mostram a falta de mão de obra qualificada, por outro lado pessoas qualificadas buscam oportunidade em suas áreas de qualificação. Quando Ana Alice Santos, pedagoga, decidiu abraçar sua profissão após a sua formação, o mercado de trabalho não supriu suas expectativas. “As exigências do mercado de trabalho são altíssimas, só a graduação da pedagogia não é suficiente”, afirma a pedagoga.

Diferente da Alice, a Hevelyn Manzolli logo após sua formação em pedagogia entrou para sua área de qualificação por seis meses e depois migrou para área do marketing. Agora que pretende voltar para a área de atuação da sua primeira formação encontra dificuldades. “O mercado de trabalho é estranho. Eu só tentei em colégio, mas percebo que ‘não me abrem oportunidade’ por serem interessados em minhas aptidões comerciais”, relata ela.

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